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Sessão de 29 de fevereiro e 11 de Março de 1924

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que acaba de ser requerido, tanto mais que não vejo motivo de grande importância para que se interrompa o debate na ocasião em que estão a ser apresentados os novos Ministros,

Tor estas razões não posso dar o meu voto ao requerimento.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro das Finanças e, interino, da Guerra

(Álvaro de Castro):—Pedi a palavra para declarar que o Governo aceita que se intercale esse assunto na discussão. -

O Senado aprovou o requerimento.

Entra em discussão a proposta de emenda, depois de lida. na Mesa.

O Sr. Presidente (esclarecendo): — Esta proposta de emenda tem o voto negativo da Secção.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro das Finanças e, interino, da Guerra (Álvaro de Castro): — Pedi a palavra para declarar que estou de acordo com o voto da Secção.

Já tive ocasião de expor aqui, quando foi apresentada essa emenda, o que pensava a esse respeito.

Foi aprovado o voto da Secção e bem assim, a seguir, o artigo 1.° da 'proposta de lei.

Reentra em discussão ç debate político.

O Sr. Dias de Andrade: — Sr. Presidente : a atitude da minoria católica desta Câmara foi definida quando o Governo se apresentou, e essa atitude, que é verdadeira e inteiramente patriótica, não se mudou pelo facto da saída de alguns Ministros e entrada de novos.

Por isso, neste momento, limito-me apenas a apresentar os meus cumprimentos e saudações aos novos Ministros da Instrução, Comércio e Agricultura, :a cujas altas qualidades presto'a minha homenagem, e faço os mais sinceros votos por que a sua acç5o ministerial seja verdadeiramente proveitosa é :útil para õ País. '••"'•.

Tenho dito. _ '

O Sr. Ribeiro de Melo: — Peço a V. Ex.* a fineza de consultar a Câmara sobre se autoriza a prorrogação da sessão até terminar o debate político-,

Foi aprovado*

O Sr. Joaquim Crisóstomo : — Quando o Sr. Álvaro de Castro, há cerca de dois meses, apresentou nesta casa do Parlamento o Governo, tive a franqueza, a sinceridade e a lealdade de declarar que não julgava o seu nome o indicado para presidir a um ministério na situação melindrosa o difícil quo o País atravessa.

Hoje mantenho precisamente a mesma opinião, porque os factos, em vez de se encarregarem de desmentir as previsões que eu fizera, têm-nas confirmado dia a dia, hora a hora.

Há pouco, o Sr. Álvaro de Castro em palavras sinceras o rápidas expôs à Câmara os motivos que determinaram a úl-tinra crise ministerial, sentando-se em seguida na sua cadeira despreocupadamen-te, como se viesse comunicar o facto mais simples e banal, como se porventura S. Ex.a não tivesse a mais insignificante partícula de responsabilidade nesse caso.

Pois não ó assim, Sr. Presidente, o único responsável pela crise nãc é o Sr. Ministro da Guerra ou o Sr. Ministro da Instrução, ou ainda o Sr. Ministro do Comércio ou, o Sr. Ministro da Agricultura, ó o Sr. Álvaro de Castro o único responsável perante o País.

Eu disse aqui a V. Ex.a e à Câmara que o nanico homem indicado para ocupar aquela cadeira era-o Sr. Dr. Bernardino Machado, o único homem em quem eu reconheço competência para arcar com essa responsabilidade.

•Ó- único responsável da crise, como eu disse,' é o Sr. Álvaro de Castro, porque-S. Ex,a, segundo uma entrevista que eu vi publicada no diário A Tarde e outra no Diário de Noticias, foi arrancar àquele enlevo doce de alma em que viviam esses senhores —chaniemo-lhes assim— ideólogos da Seara Nova, para os arrastar às cadeiras do Ministério, porque o Sr. António Sérgio declarou que esta-agremiação nunca pensara entrar na administração pública, porque a Seara No---va se destinava a orientar teórica e dou-trinàriamente a opinião pública e, portanto, esses nefelibatas da Seara Nov& nunca podiam ser bons Ministros.

O primeiro erro já S. Êx.* cometeu^ já dele se não livra.