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Diário das Sessões do Senado

Sr. Presidente: diz ainda A Pátria:

«O grito de alarme íoi dado, e n&o é lícito esperar-se que certos indivíduos que nós conhecemos de nome, espalhados por aí íora, se compenetrem de prestar contas direitas — agora que a fiscalização deve ser impraticável e a impunidade está garantida».

Isto é escrito pelo Sr. Rosa Cabral. Mas vejam agora o que diz O Século:

«Liquidação dos T. M. E.

«Nesta hora em que o-Sr. Ministro das Finanças confessa um déficit de 400:000 contos e que, para o saldar, propõe o recurso ao imposto por uma íorma nunca vista, o Sr. Velhinho Correia, numa atitude para a qual a designação de antipatriótica é suave, põe de lado os interesses do Nação e só pensa em beneficiar os seus amigos e quiçá a si próprio, quebrando lanças pára que o Regime do latrocínio se perpetue na administração dos T. M. E. etc etc.»

Tenha o Senado a excessiva bondade de permitir que lhe leia agora, uma parte da notícia publicada em A Capital de 8 de Novembro de 1922. Resa assim:

«Está arrestado por dívidas! Está penhorado! (refsre-se ao navio Louronço Marques então no porto do Rio de Janeiro). É mais um calote vergonhoso dos T. M. E. que ainda, como se vê, estão em plena posse de si mesmos para alargarem até o infinito a área dos escândalos! E como não há-de ser assim, se OB deixam à solta, em ampla liberdade, como se esse organismo fosse um poder, e não houvesse nenhuma espécie de autoridade que a ele se opusesse etc etc.»

Afirmava um jornal que o prejuízo dos navios da frota mercante do Estado ia em 1922 a 100:0000.

Eu creio não faltar à verdade dizendo que os prejuízos triplicaram.

Poderei talvez, maçar a Câmara, mas faço tenção de ler todos os pedaços dos jornais, que é para interessar também nesta discussão a imprensa, porque os jornais, badalando diariamente eni 1922 e 1923 as iniciais T. M. E., têm obriga-

ção de acompanhar esta questão e ajudarem a fazer toda a luz. Mal se compreenderá que chegado o momento do se liquidar pelo Congresso da República, a frota mercante do Estado, a imprensa fique silenciosa, não reeditando a série de acusações e conselhos que durante dois anos, repito, fizeram e constituíram o grosso escândalo da Nação.

Apenas, Sr. Presidente, o castigo foi o do tal oficial do exército, porque ofereceu os seus serviços aos credores.

Mas continuemos a ler:

A Capital, de 20 de Setembro de 1922 diz:

«Os barcos dos Transportes Marítimos do Estado eram todos segurados numa companhia inglesa. O vapor Mormugão-porém, deixou de o ser, porque pelo telefone o Sr. Lima Basto determinou que q seguro fosse dado a um seu amigo».

Ante uma tal acusação que deveria levar A Capital aos tribunais e à condenação mais severa por espalhar tamanhas-falsidades, como o exige a sensibilidade humana, apenas li no Diário de Lisboa de 21 de Setembro de 1922 uma nota oficiosa desmentindo aquela insidiosa notícia. Foi pouco para a dignidade do um membro do Poder Executivo, pois não acha a Câmara?

Aqueles que fazem opinião pelos jornais reclamariam mais enérgico proceder e mais sumária defesa do Poder Executivo.

Falta ainda, Sr. Presidente, tudo quanto os jornais disseram durante o ano de 192S que estivo ausente.

Mas para que V. Ex.** Srs. Senadores vejam até onde vai isto, vou mostrar uma das muitas cópias de documentos que foram distribuídos pelos Ministros do Comércio, e sobre os quais S. Ex.as não providenciaram como lhes cumpria.

Leu.