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Diário das Sessões do Senado

mo conselho proibiu a direcção (chrmo ti atenção do Senado «proibiu a direcção») dos Transportes Marítimos de Estado de fazer mais compras a essa casa. Apesar disso, os fornecimentos continuaram SP:E concurso, sem cousa alguma. Verdadeiros escândalos que se participaram aos Governos e aos juizes sindicantes».

O Mundo de 16 de Novembro de 1922, sob o titulo 4 O Sudário» : L acção do Governo esbarra com dificuldades na-liquidação deste assunto, diz:

«Estão, como se sabe, embargados por dívidas, no porto de Génova, três navios dos Transportes Marítimos co Estr.do: o Goa, o Gaia e o Amar ante. Para o seu resgate mandou já o Governo pwa a Itália, pondo à disposição do nosso cônsul J cimo Sóguier, a importante soma de seis milhões de liras. Tratando do resgate, com tais dificuldades esbarrou aquela autoridade consular, dificuldades sobretudo levantadas pelo próprio agente dos Transportes Marítimos do Es:ado, um judeu italiano (repare a Câmara o agante era um estrangeiro) que teve de pedir ao Governo que lhe enviasse um magistrado e um perito contabilista capazes de desembrulhar aquela meada. Para esse afeito foram nomeados, e seguem lioje para Génova, o ajudante do Procurador Ga-ral da República Dr. Costa Santos, etc.> etc.»

E faço uma pausa aqui, somente para preguntar se este magistrado é o mesmo que ao Ministro do Comércio Sr. Ernesto Navarro. :a levar diariamente as notícias mais escandalosas sobre os Transportes Marítimos do Estado e que encarregado de unia sindicância aos actos do director Nunes Ribeiro com este, passados dias, tomava o chá quente da convivência feita no seu gabinete de sindicante. Isto me foi relatado pelo nosso par nesta Câmara o referido Sr. Ernesto Navarro.

O jornal O Rebate, órgão do nosso partido em 17 de Outubro de 1922, sob o título «Transportes Marítimos», dava esta sensacional notícia:

«Afirma-se que a este caso — o da. suspensão dos trabalhos de sindicância—

não tem sido estranho o negociante Carlos Gomes que em Portugal representa um avultado numerário capital alemão, quç deseja adquirir a nossa frota marítima por uma bagatela».

A Capital de 11 de Setembro de 1922, com o título «Ainda e sempre os Transportes Marítimos do Estado» e sub título: «O Sr. Manuel Martins declara quey sendo funcionário dessa repartição, não pertence às quadrilhas», dá esta notícia que convém registar para que se não diga não terem aparecido pessoas interessadas no apuramento da verdade. Vejamos a notícia:

«Não ó a divisão dos despojos dos assaltos que o leva a protestar contra os crimes; é o desejo de que as responsabi-lidades se apurem a fim de que fiquem ilibados os inocentes, etc., e se conclui que forneçam aos sindicantes «auxílio de preciosas e desassombradas informações para o apuramento de responsabilidades» e aos seus superiores «elementos valiosos sobre as operações que reputou prejudiciais ...»

Por todos estes vexames passaram a República e a Nação Portuguesa, quanda afinal os únicos responsáveis eram os-administradores dos Transportes Marítimos do Estado e aqueles que fechavam os olhos a esta grande e visível roubalheira.

Houve incêndios nos navios, patrióticos incêndios para abafar prejuízos calculados em mais de mil e quinhentos contos,, houve arrestos judiciais de vapores, detidos em portos onde havia uma numerosa, colónia a respeitar, por falta de carvão., e só ao Sr. Nunes Ribeiro não faltavam libras, francos, dólares e escudos para continua:: na vida airada de director dos Transportes Marítimos do Estado.

Os escândalos dos Transportes Marítimos são enormes : só o valor das passagens gratuitas soma centenas de contos.