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Sessão de 12 da Março de 1924

responsabilidad.es nesta famosa questão, pois nenhum dos seus actos aparece ligado à má administração do director Nunes Ribeiro e nem sequer contribuiu, pela inércia governamental, para a impunidade dos culpados que mais uma vez reclamamos para a alçada da justiça. É S. Ex.a um espírito liberal, republicano inteligente e capaz pela sua porfiada energia de desafrontar o Estado republicano do ataque sofreu nessa nefanda e miserável administração dos navios do Estado. Jamais poderemos esquecer a patriótica atitude de A Pátria, de cujo jornal é esforçado e denodado .director, porque 'publicou ° artigos de largo alcance político e de sumária condenação de todos aqueles que dirigiam os Transportes Marítimos do Estado.

Julgo ainda o actual Ministro do Comércio a pessoa mais competente para continuar a série de medidas de alto relevo e de grandeza económica .apresentadas ao Parlamento pelos seus antecessores. . .

Continuando, devo dizer à Câmara que tive o cuidado de guardar quási todas as notícias publicadas nos jornais de Portugal a respeito dos Transportes Marítimos do Estado, os fatídicos Transportes Marítimos do Estado...

E justamente vem a talhe de foice fazer uma pregunta.

& A imprensa do meu país publicando nos anos de 1921 a 1923 diariamente notícias referentes aos . Transportes Marítimos do Estado, escalpelizando a sua administração, qual o objectivo que tinha em vista?

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£ Porque é que a nossa Imprensa caiu hoje no silêncio?

j Escreveu-se então tudo quanto há de mais sensacional e de imprevisto! . •

A própria Montanha, que tem nesta Câmara o seu escritor político, o Sr. Júlio Ribeiro, publicou no dia 31 de Maio de 1923, em toda a primeira página, é no mais acendrado patriotismo, um veemente protesto contra a lei n.01:346 que pretendia resolver o problema dos Trans-

portes Marítimos, demonstrando à evidência que ela era impraticável. Era, então, de opinião que os barcos deviam ser fretados, em concurso, à indústria particular.

Tenho a certeza, por me referir a este jornal, que serei secundado, com toda a eloquência e com toda a sinceridade, pelo Sr. Júlio Ribeiro que tem'certamente uma grande responsabilidade no que se escreveu no jornal do qual S. Ex.a é director político, na análise deste magno assunto e que juntará aos meus os protestos justos por se não ter ainda chamado à responsabilidade quem prevaricou na administração da'frota mercante e propriedade da Nação.

Mas, Sr. Presidente, antes mesmo de um. mais cuidadoso exame às notícias a que me .venho referindo, e antes de entrar no estudo da proposta de lei n.° 577, devo formular a pregunta ao Senado, se ele pôde consentir que se faça o enterro dos Transportes Marítimos do Estado, sem primeiramente exigir a punição inexorável dos seus maus administradores?

Como é sabido, em virtude do estado de guerra, Portugal apoderou-se dos barcos de duas nações inimigas. Foram logo alguns deles fretados a uma potência estrangeira, e seguiu-se-lhe a organização dos serviços do que se convencionou chamar «Transportes Marítimos do Estado». O número dos navios aprisionados à "Alemanha imperial e à Áustria, sua aliada, e bem assim a sua importância económica, hei-de oportunamente apreciá-los pára que a.Câmara possa mais uma vez avaliar da colossal fonte de riqueza pública que alguns Ministros, responsáveis por estes serviços, deixaram perder, mercê da sua inércia e da reconhecida inaptidão de quantos foram guindados à direcção dos nossos navios mercantes.

Os navios em questão, dado péssima e criminosa administração das pessoas que os dirigiram, tiveram, por último sarcasmo da nossa vida política, de se amarrarem ao cais, como elementos de desperdício, como factores imprestáveis para o ^ressurgimento da Pátria, que ora se debate numa cruciante agonia de morte económica e financeira.