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Diário das Sessões do Senado

vido com brevidade e de onde poderão advir milhares de contos. Avaliava-se aqui há poucos anos a receita em 10:000 contos, devendo por conseguinte agora ser maior.

O Sr. Presidente (agitando a campainha) i — Tenho a prevenir V. Ex.* de que já terminou o seu quarto de hora.

O Orador:—Nesse caso, Sr. Presidente, eu dou por terminadas as minhas considerações.

O Sr. Presidente, do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro de Castro): — Sr. Presidente: o Sr. Procópio de Freitas, ao referir-se às circunstâncias em que se encontra a viúva de Carvalho Araújo, disse que efectivamente era um assunto penoso, porque foi um dos admiradores de Carvalho Araújo. Mas é também justo dizer-se que se pretende fazer orna exploração com a situação actuai da viúva de Carvalho Araújo. As circunstâncias em que se deu a morte de Carvalho Araújo e os seus feitos heróicos não têm possibilidade de ser pagos com quaisquer proventos materiais, é verdade. Mas daí a dizer-se que a viúva de Carvalho Araújo está inteiramente abandonada vai uma grande distância.

A viúva de Carvalho Araújo foi concedida pelo Parlamento a pensão de 300$ mensais, pensão acrescida de 60$ por três filhos e ainda 20$ por cada filho a mais. Mas o Estado levou ainda mais longe a sua benemerência. Dos cinco filhos que Carvalho Araújo deixou, foram adoptados no Instituto do Odivelas duas filhas, que nada pagam, e um filho está no Colégio Militar, onde também nada paga.

Tem portanto a viúva de Carvalho Araújo três filhos inteiramente à custa do Estado. Além disso essa senhora tem, ou tinha ainda há pouco tempo, e foi ela própria quem mo disse, um lugar de professora.

A situação dessa senhora não é pois tam desgraçada como se pretende fazer crer; ainda há tempo foi-lhe oferecido um lugar de regente no Instituto de Odivelas, com a vantagem de poder levar a sua filha menor que tem em casa, sendo sustentada à custa do Instituto, e ela não aceitou.

Não me parece que em face destes factos se possa reclamar (Apoiados) e dizer que a sua situação ó desgraçada ou a pior de todas as pensionistas do Estado.

Eu tive ocasião de dizer na Câmara dês Deputados, e repito agora, que não havia meio material de pagar os actos de heroicidade praticados por Carvalho Araújo e que tanto lustre trouxeram para a nossa marinha de guerra.

Apoiados.

Mas também não é legítimo, à sombra desses actos heróicos, pedir ao Estado que dê aos filhos sobreviventes ou à viúva mais do que aquilo que competiria a esse oficial se elo estivesse vivo.

É preciso dizer-se, porque assim é, que a situação da família de Carvalho Araújo, se ele fosso vivo, não seria materialmente tam boa como é hoje.

Não quero, porém, concluir que a situação dessa viúva, como a de todas as viúvas dos que morreram em campanha, soja das mais desafogadas; mas eu creio que o Parlamento quando atender à situação de todos os funcionários não* deixará de atender também às pensões do sangue que estão num nivel muito inferior.

Por seu lado o Governo não se esquecerá de o fazer.

O Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso):—Sr. Presidente: para dois assuntos chamou o Sr. Procópio de Freitas a minha atenção.

(Jomo o Sr. Presidente do Ministério se esqueceu de responder a S. Ex.a sobre a questão dos sanatórios da Madeira, eu posso dizer que o Governo resolveu proceder à venda por concurso, mas a Sociedade Médica pediu na véspera dês-so concurso que se sobrestivesse. porque t&mbém desejava concorrer. Portanto é ponto assente que se abra concurso.

Com respeito ao jogo, eu tive há tempos comunicação de que se jogava no Funchal, onde de resto se jogou sempre.

O Sr. D. Tomás de Vilhena (interrompendo):— V. Ex.a dá-me licença?

Emquanto eu fui governador civil do Funchal não se jogou.