O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 24 e 25 de Março de 1924

29

Ministério e Ministro do Comércio disseram na Secção não íoí nada que não pudessem expor também em sessão plena. Tanto é assim que o Sr. Ministro do Comércio repetiu hoje aqui o que huvia dito na SecçEo.

Não houve, portanto, nada que se dis> sesse na Secção que não se pudesse dizer na sessão plena. Era isto o que tinha de responder a S. Ex.a

Eu não tinha a esse respeito desenvolvido largamente as minhas considerações porque já esperava que o 'Si*. Ministro do Comércio elucidasse suficientemente a Câmara ; e, a meu ver, S. Ex.a fê-lo de facto.

Aqui está porque me não explanei mais : é porque sabia que alguém mais competente do que eu o havia de fazer.

Pelo que respeita aos reparos dó Sr. Artur Costa devo dizer que, de facto, nem eu, nem o Sr. Ministro do Comércio nos referimos aos quadros.

O Sr. Ministro do Comércio (Nuno Simões) {interrompendo}: — V'. Ex.a dá-me licença? Como o Sr. Júlio Ribeiro fez ontem uma elucidativa defesa da separação dos quadros, com argumentos concludentes, com os quais concordei, abstive me de tocar nesse ponto, pois iria somente repetir os argumentos e as razões invocados brilhantemente por S. Ex.a

O Orador: — O -que é facto porém é que o Sr.*Artur Costa não as julgo» suficientes.

Sem que S. Ex.a me leve a mal, devo dizer à Câmara que, se o Sr. Artur Costa tivesse entrado alguma vez numa repartição dos serviços centrais dos correios, quer em Lisboa, quer no Porto, e visse o serviço que aí se faz, não produziria as considerações que apresentou.

Esse trabalho é qualquer cousa de colossal, e para o qual é indispensável uma competência, uma destreza e um treino excepcionais.

O funcionário telegráfico, por mais distinto que seja, sendo-lhe distribuído serviço numa central dos correios, vê-se seriamente embaraçado e porventura não satisfaz.

(iQuere isto dizer que um funcionário telegráfico competente depois de estar duas ou três semanas nesse serviço não

venha a ser um bom elemento para o desempenho dos serviços numa destas re--partições-? Evidentemente não.

Mas que ó necessário ser especializado naquele serviço especial dos correios, a esse respeito é que não há dúvida.

Os tempos áureos dos correios foram exactamente aqueles em que os serviços estiveram separados. f '

É verdade que houve uma experiência da República; que não foi dutna grande felicidade.

De facto, e disse-o também o Sr. Silva Barreto, não tem havido separação de quadros, mas tetn havido separação de serviços e não podia deixar de havê-la.

O Sr. Artur Costa (interrompendo):— Não digo que não seja preciso separar os serviços.

O Orador:—Mas é claro que, se à separação de serviços não corresponder uma tal ou qual vantagem de separação de quadros, evidentemente o funcionário não trabalhará de vontade..

Julgo que o Sr. Artur Costa, tantc com relação à organização de 1911, corno no que respeita à proposta apresentada pelo ex-Ministro Sr. António Fonseca, não está bem informado.

Quando esse ex-Ministro apresentou a sua primeira proposta, também não estava bem informado.

Não adivinho o pensamento de S. Ex.a Acredito, porém, que há' uma impressão que não deve ser verdadeira.

O Sr. Artur Costa referiu-se ao Congresso de 1920, e disse que não conhecia outra ocasião em que a classe se tivesse manifestado por forma diferente.

Ora a verdade é que S. Ex.a não conhece o Congresso a que se referiu o Sr. Júlio Ribeiro.

Nesse Congresso ficou resolvido quo a aspiração da classe, estava na separação dos qua,dros.

E esses Congressos são perfeitamente legais e a lei orgânica prevê-os até, presidindo àquele que se realizou o administrador geral interino.