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Diário das Seasòes do Senado

Mas, Sr. Presidente, tenho aqui sobre a minha secretária duzentos e tautos telegramas, e nào há um único que não peça a conservação do que vem da Câmara, dos Deputados, !_sto é, a separação dos quadros.

De modo que é do nosso dever atender as reclamações da classe, quer do Congreso. quer do plebiscito, ou ainda dos telegramas que acabo de receber.

Conheço pessoas de valor que têm opinião contrária, mas conheço também funcionários maito distintos, especializados nos serviços dos correios, que afirmam não haver maneira de fazer bom serviço sem esta separação.

Sr. Presidente : ouvi com a maior atenção as considerações produzidas pelo ilustre Senador Sr. Artur Costa, e tenho pena de nào ter ouvido completamente iis do Sr. Silva Bsrreto — porque fui procurado por umas pessoas c não pude aqui es* tar— pois ouço sempre com muito prazer S. Ex.a

Conheço a sua sinceridade e o rigor com que estuda todos os assuntos.

Mas, Sr. Presidente, estou plenamente convencido de que qualquer destes Srs. Senadores, não está suficientemente informado do que se passou.

Trocam-te apartes entre o >Vr. Artur Costa e o orador.

O Orador:-— Está portanto respondida a parte do discurso do Sr. Artur Co ata, quanto à separação dos quadros. Terini-uo, por esta forma, o meu papel de relator. E, se V. Ex.as me dão licença, permitir-me.hei dar uma resposta acerca das considerações feitas pelos Srs. Augnsto de Vasconcelos e Oriol Pena.

O Sr. Augusto de Vasconcelos disse que pensava por forma diametralmente oposta à minha opinião, e eu respondi logo a S. Ex.a que me não admirava disso e que muito estimaria que não houvesse entro nós outra razão de separação senão essa, pois que nem todos pensam da mesma maneira.

Só do entrechoque das ideas pode resultar alguma cousa de útil.

S. Ex.a apareceu ontem com uma orientação nova, que me deixou um pouco surpreso.

Das palavras de S. Ex.a depreendi que se aproximava do sindicalismo.,,

O Sr. Augusto de Vasconcelos (interrompendo) :— Apoiíido! Isso mesmo..

O Orador: — Ainda bem, que interpretei com acerto, as palavras de S. Ex.a, mas para mim constitui novidade.

O Sr. Augusto de Vasconcelos, disse que eu fiz uma afirmação socialista.

Não sou efectivamente muito agarrado c, palavras, mas sou-o a ideas.

Xão sou também agarrado a classificações.

O que eu afirmei, não pode levar S. Ex.a £ classificar-me de socialista.

As considerações que produzi, podiam levar apenas à conclusão de que «ou partidário de uma política de eolidariedade social. Há uma ligeira diferença entre os cois aspectos.

É que dizendo-me socialista, tinha de submeter-me a alguns dogmas que não aceito; ao passo que sendo partidário do uma política de solidariedade social, não tenho de me sujeitar a esses dogmas e aproximo-me do mesmo ponto de vista.

Eu não prevejo qual será a organização social futura, o que prevejo é que entre a situação actual e a do futuro, haverá uma forte e enérgica intervenção do Estado.

O Sr. Augusto de Vasconcelos:—E

Osso o nosso único ponto de divergência.

O Orador:—Pois será, Mas eu prevejo uma intervenção forte e enérgica do Estado e de um Estado forte.

Passo agora, Sr. Presidente, a responder a algumas das considerações do Sr. Oriol Pena e perdoe V,, Ex.a o gastar mais alguns minutos, mas é quo eu gosto de assumir as minhas responsabilidades.

O Sr. Oriol Pena, a quem agradeço as palavras amáveis que proferiu a meu respeito, a que eu já estou habituado e pelas quais sou grato — atribuiu à República a responsabilidade da falta de cultura popular. E dizeado-lhe eu, em aparte, que negava a qualquer monárquico autoridade para fazê-lo, visto que a monarquia havia deixado o que todos sabemos que deixou, S. Ex.a declarou que a Eepúbltca prometera remediar esse mal e que o não fizera.