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Sessão de 24 e 20 de Jfáarco de 1924

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O Orador : —Lá vou.

A guerra de 1914 foi um acontecimento de grande gravidade mundial, mas, se nós sofremos tanto com a guerra, foi isso devido a ter-se arranjado a forma desastrosa da intervenção que se arranjou.

O Sr. Herculano Galhardo:—Não apoiado!

O Orador: — Não se podia ter arranjado., forma mais desastrosa do que aquela que se fez.

Note-se que eu sou todo latino. Basta ver as minhas atitudes para saber que eu não posso conter-me na estreita fórmula germânica.

Sou de opinião de que a civilização latina tem direito a sobrepor-se 'a todas'as outras, e se falo na nossa intervenção na guerra é unicamente pela forma desastrosa como fizemos essa intervenção.

Podíamos ter entrado, ou antes, devíamos ter entrado nela, mas, se a forma fosse outra, a estas horas, em vez de estarmos nesta situação angustiosíssima, talvez estivéssemos numa alta situação.

O Sr. Herculano Galhardo (com licença do orador}: — S. Ex.a referiu-se há pouco à forma como os reis eram recebidos; pois agora, depois da nossa intervenção na guerra, somos nós que somos recebidos com a maior estima por todas as nações aliadas.

Posso dizer a S. Ex.a isso, porque tive ocasião de o verificar pessoalmente, quando fui lá fora representar o nosso País.

O Orador: — Como Portugal é lamentado, é "que S. Ex.a pode dizer.

Disse o^ilustre Senador Sr. Herculano Galhardo, há pouco, que, incontestavelmente, a falta de cultura do povo vem do tempo da monarquia. Ora a monarquia não faria tanto quanto seria para desejar com respeito à instrução popular, mas ainda assim fez muito. Agora, o que eu pregunto é o que é que a República fez para corrigir todos esses defeitos. Nada. Durante catorze anos não tem feito senão andar para trás.

Uma voz: — Porque ainda a não deixaram em paz.

O Orador: — A culpa não é nossa, é dos senhores. Se os senhores, quando, por unia sorte extraordinária, conseguiram o Poder, não começassem a escorraçar toda a gente que era útil...

O Sr. Júlio Ribeiro (interrompendo): — Mas S. Ex.a não cita uma dúzia de demissões de empregados civis.

O Orador: — Não é de demissões que se fala. O conjunto dessa administração é que se torna antipático ao país; a culpa é de V. Ex.as Se não tivessem procedido por essa forma, V. Ex.as estavam tranquilizados ; se estão inquietos a culpa é vossa. De maneira que tratem de se emendar, porque, quando não, não sei o que poderá acontecer.

O orador não reviu.

O Sr. Dias de Andrade: —Sr. Presidente : tem-se feito uma larga discussão sobre este projecto n.° 091, e ainda bem porque tem sido altamente interessante.

Tenho ouvido as considerações de muitos colegas, e estou de acordo com muitas dessas, considerações, mas não desejo demorar mais a discussão da referida proposta. Por isso apenas direi que também recebi.bastantes telegramas de funcionários dos Correios e Telégrafos, e nomeadamente de todos os concelhos do distrito que tenho a honra de representar, e de Leiria, e enr todos eles ha a aspiração de que esta proposta seja aprovada tal qual veio da Câmara dos Deputados.

Depois deis declarações peremptórias, que julgo absolutamente sinceras, do Sr. Ministro do Comércio, e, confiando nas suas altas qualidadbs de inteligência e carácter, espero que S. Ex.a, servindo-se desta autorização, fará uma reforma que melhore os serviços e não traga mais despesa para o Estado.

Estou certo de que S. Ex.a assim procederá, e, nestes termos, a minoria católica desta Câmara vota esta proposta tal como veio da Câmara dos Deputados.