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Diário das Sessões do Senado

vam-se empregados aos serviços dos telé-graíos e vice-versa.

Quando as bases foram apresentadas ao Parlamento a Associação de Classe dos Correios e Telégrafos reclamou,, pedindo várias modificações, mas nunca a separação dos quadros.

Um distinto funcionário, de quem ouvi fazer as melhores referências, era pela organização num só quadro.

Lá tinha as suas razões.

Oxalá que eu esteja convencido no futuro de que errei.

Nunca me apaixonei senão pelo interesse de ver os serviços mais aperfeiçoados.

E havendo tal separação não pode haver aquela uniã3 que deve haver entre as duas classes.

Não é só no nosso país onde existe um só quadro. Existe na Alemanha, na Bélgica, na França, e na próprií. Espanta, segundo parece, pensa-se em fazer uma remodelação dos serviços postais.

Não desejo estar agora a fantasiai- sobre quais sejam as razões por que há quem esteja de acordo, entre a corporação dos Correios e Telégrafos, pela í-epa-ração dos quadros.

Aprecio apenas o facto de se ter mudado de opinião numa questão tam grave como esta : é o pensar-se hoje duma forma e amanhã doutra.

Agora pregnnto eu: ^quiús os moúvos de carácter técnico, ou de ordem moral que levaram a mudar de opinião?

Ninguém mós aponta; só me disseram isto : «E conveniente aprovar».

Em questões postas desta maneira era melhor que não existisse o Senado; estamos aqui a perder tempo.

Devo também dizer, Sr. Presidente, que o Sr. Ministro do Comércio expôs, e que até podia afirmar, que os Correios e Telégrafos se bastariam a &i próprios. Acredito nas boas intenções do Sr. Ministro; não tenho o desejo de estar a fazer aqui a análise financeira dos serviços do!s Correios e Telégrafos. Devo até dizer à, Câmara que o Sr. Ministro do Comércio me dispensou o favor de fornecer c.m mapa em que vi que as receitas foram superiores às despesas. Devemos, porém, ter em linha de conta que nesta altura, felizmente para eles, a sua situação tem sido melhorada um pouco, pois não pode exigir-se serviços extenuantes, como são

os dos Correios e Telégrafos, sem que sejam b?rn remunerados.

Sr. Presidente: tenho muita .consideração pelos funcionários dos Correios e Telégrafos; dos carteiros tenho dó, porque sobem durante o dia enorme número de escadas, acho qu& o que recebem é pouco em relação ao seu trabalho, é quá-si nada, mas essa situação pode melhorar-se sem estarmos a mexer na estrutura do quadro.

Já eri 1906, se não rne engano, se fez a experiência sem que desse resultado.

O Sr. Machado Serpa (interrompendo): — Creio que não há representação do pessoal.

O Orador: — Recebi um impresso que vem em nome da classe telégrafo-postal, não sei mesmo se o Sr. Presidente o recebeu também. Todavia o impresso existe, solicitando que se deixem ficar os quadros.

Isto para mim é indiferente, pode até a classe toda pedir uma certa cousa que, se a minha consciência de legislador, embora dos mais humildes, entendesse que não 'tiodia ser atendida, eu não a atenderia.

O que necessitava do saber era qual seria a razão por que o Sr. Ministro do Comércio levou à Câmara uma emenda para existir só um quadro e em seguida vem pedir para serem dois.

Não posso de fornia alguma associar o meu voto à aprovação desta alínea a) da base l.a

Como a Câmara parece, salvo eu e o Sr. Silva Barreto, estar de acordo com esta alínea, vejo que sou uma nota discordante. Apesar, porém, da quási unanimidade da Câmara continuo na minha opinião porque os argumentos até agora apresentados não me convenceram.

Tenho dito.

O orador não reviu.