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Diário das Sessões do Senado

ao inquilinato tem sido adiada várias vezes e nós temos que dar uma satisfação ao País, para que se não diga que, propositadamente, nós estamos protelando a discussão de um -assunto de tamanha importância.

O Sr. Oriol Pena (sobre o modo de vá-tar: — Sr. Presidente : já foi dito deste lado .da Câmara que nós reconhecemos a urgência de, quanto antes, se atender à situação desgraçada em que estáLpolícia. E a ocasião de marcar que ela merece ser mais bem remunerada. A policia está actualmente bem comandada.

Ainda ontem, ao subir a redacção do Correio da Manhã eu vi, de lágrimas nos clhos, um desgraçado guarda qiie com as mãos postas, me pediu que tivesse em atenção a policia.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Se calhar esse polícia era o proprietário do primeiro prédio que desabou. e apartes.

O Orador: — V. Ex.25 são muito democratas, mas eu aproximo-me mais do povo. Democrático estou convencido de que ainda sou eu. Não estou aqui para lhes ser agradável. Estou aqui para falar a verdade, porque sou verdadeiro do meu natural. •--•""

Hoje vim a esta Gamará para fazer um protesto vigoroso contra as acusações que estão sendo feitas à polícia, à Câmara Municipal e1 ao Parlamento, que é a 'parte que me doe e interessa por não darmos aquela atenção e cuidado ao descalabro que vai sucedendo nos prédios de Lisboa.

Não consegui que me chegasse à palavra antes da ordem do dia e não a quis pedir, para um negócio urgente, para que se: não dissesse que tinha sido um pretexto de alcançar a palavra.

Mas PU li hoje no Diário de Notícias que a moagem nos acusa de atacar na Câmara dos Deputados e no Senado.

O Sr. Presidente : — Y. Ex.a pediu a palavra sobre o modo de votar. Apoiado*.

O Orador: — Eu fui provocado pelos apartes da maioria a fazer Uma divaga-

ção, mas V. Ex.a tem muita razão e eu vou cingir-me ao assunto para que pedi a-palavra.

A polícia está fazendo serviço nacional e já conseguio faixei desaparecer a rufiagòm de Alfama.

Precisa portanto a polida ser amparada por nós e que se lhe dê os meios para viver porque- com fome e sem alegria a polícia não pode fazer o seu serviço. A discussão desta proposta é muito mais urgente que a do inquilinato.

Trocam-se apartes.

Esta proposta é uma boa acção e o projecto de inquilinato que a maioria pretende fazer votar é uma má acção (não apoiados da esquerda), e V. Ex.as com a sua força numérica não são capazes de chegar a provar o contrário.

O Sr. Augusto de Vasconcelos (para explicações): — Eu preciso explicar de moa maneira precisa que ao fazer o meu requerimento não tive o menor intuito de protelar a discussão de qualquer projecto.

Eu tinha dito outem que requeria hoje qne se discutisse a proposta de lei que melhora os vencimentos da polícia. Assim o fiz, mas antes de fazer o meu requerimento troquei impressões com Senadores de todos os lados da Câmara comunicando-lhes as minhas intenções. Em todo o caso o que quero que fique bem acentuado é que não tive a menor intenção do protelar a discuss&o de qualquer projecto de lei. . •

O Sr. Procópio de Freitas (sobre o modo de votar]: — Sem dúvida que a discussão da proposta sobre o inquilinato é urgente e é lamentável que já não tivesse sido aprovada. Mas, não há dúvida também que a proposta da polícia ó urgente; e eu, entre a urgência das duas propostas, opto pela da polícia.

Nós podemos discutir já essa proposta e então, aprovada ela discutia-mos a do inquilinato.

O Sr. Pereira Osório (sobre o 'modo de votar:—Eu já fiz as declarações de que me merece toda a simpatia e acho da-máxima importância atender-se à situação da polícia. ' ...