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Diário das Sessões do SenaUo

De outro assunto, Sr. Presidente me "vou ocupar. E o já referido chá . . .

O Sr. Ribeiro de Melo: — E o dos fósforos . . .

O Orador: — Adivinha V. Ex.a É o dos fósíoros. Tive conhecimento de que o director clínico do balneário de S. Paulo ficara gravemente queimado em dois dedos devido à explosão, duma caixa de fósforos de luxo ; e uma sen nora há dias foi a um consultório médico para ser tratada dum ferimento no olho esquerdo, devido £ um fósforo que, ao acender, a feriu por ter explodido. E que os produtos desses beneméritos monopolizadores são agora explosivos 9 perigosíssi-mos.

Apoiados.

Como o fósforo está caro substituem-se por clorata de potassa.

Quere iizer, Sr. Presidente, até acui a Companhia roubava o público, troçava do Estado, não cumprindo, descaradamente, a letra do contrato, antes faltando com impudor a todas as cláusulas. Agora não só continua a manifestar-se em toda a desvergonha da sua gananciosa acc&o, como origina estes casos graves que podem trazer desgraças e apagar a luz dos olhos aos que usam os fósforos do monopólio.

jk demais.

O Sr. Ribeiro de Melo: — £ Ma s junto da Companhia não há uma legião de fis-isj gratificados pela Companhia?

O Orador : — Há. E mais : há também um comissário do Governo; mas que, como essa. não se preocupa com estes crimes.

Eu, porém, é que não estou disposto a tolerar seia o meu veemente e constante protesto estas verdadeiras imoralidades.

Estou já fatigado de protestar contra os abusos desta privilegiada Companhia; mas a fadiga não me desanimará. Todos os dias. por mais fastidioso que me torne. hei-de gritar contra os criminosos exploradores do público e contra o Governo que, tornando -se conivente com eles, não providencia por . . . não se sabe porquê. Talvez por medo. Quem sabe se por 011-

tras razões que eu não compreendo nem adivinho.

Disse.

Muitos apoiados.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Nuno SimSes):— Estou inteiramente de acordo com o Sr. Júlio Ribeiro e comunicarei aos meus colegas as considerações que S. Ex.a fez.

O que se está passando em matéria de liberdade de imprensa constitui um vexame e uma ameaça para todas as pessoas cue, cumprindo integralmente o seu dever, deviam estar a coberto de injúrias, partam de onde partirem.

Abusa-se dos anonimatos e fazem-se campanhas que não são de admitir.

O Sr. Pereira Osório:—O que ó triste é que a imprensa honesta, os jornais que não usam desses processos, não verberem em tom enérgico o que escrevem os outros.

O Orador: — O aparte do ilustre Senador Sr. Pereira Osório tem razão de ser. V. Ex.* sabe perfeitamente que há uma série de jornalistas que são dignos desse nome e por isso não podem estar à mercê de pessoas que fazem uso da pena apenas para ofender e caluniar.

Quanto à reclamação dos fósforos, transmitirei ao Sr. Ministro das Finanças as suas consideraç&es, e estou certo que S. Ex.a por intermédio do comissário mandará proceder como ó necessário que se proceda no sentido não só de evitar os prejuízos, como também os perigos que S. Ex,a citou.

O orador não reviu.

O Sr. Vicente Ramos:—Sr. Presidente: pedi a palavra par,a chamar a atenção do Sr. Ministro do Comércio para o que se está passando no distrito de Angra do Heroísmo quanto à comunicação pelo cabo submarino.