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Sessão de 29 de Abril de 1924

sitos financeiros, o câmbio desce uns poucos de pontos, e portanto falando agora outra vez faça com que o câmbio ainda vá para uma casa mais baixa.

Mas não se resume só a isto.

Outras questões exigem a presença de S. Ex.* nesta casa.

S. Ex.a, que não vem ao Senado fazer as declarações que por dever do seu cargo .devia fazer, é de uma prolixidade espantosa para com os senhores jornalistas.

Faz-lhes longos saraus mas sempre com o mesmo resultado, o câmbio a descer.

Seria bom que o Senado tivesse conhecimento dessas cousas que S. Ex.a diz aos jornalistas, mesmo sob o risco de que o resultado seja o-niesmo.

O Sr. Presidente : — Comunicarei. essas considerações.

O Sr. Procópio de Freitas: — Lamento bastante que não esteja presente nenhum dos membros do Governo, porque tenho alguns assuntos a tratar, como seja a questão do jogo na Madeira, e as perseguições que se-têm feito a republicanos do Partido Eadical.

Não obstante, não deixo de me referir ao assunto aqui agora tratado, qual é o espectáculo que não dignifica a República, e que pode até trazer consequências graves pelas excitações produzidas, e que é devido à falta de pão.

A base da alimentação dos pobres-é o pão, e estes passam os dias é noites junto das padarias sem lograrem às vezes adquirir o pão de que necessitam.

Diz-se que anda por detrás disto um jogo da Moagem.

Acredito que assim seja.

"Julgo que a Manutenção Militar é que está encarregada de abastecer de pão as padarias.

Seria melhor talvez mobilizar as padarias e nelas ser feito o pão. '

Emfim, o que é indispensável 'é que a cidade seja abastecida suficientemente de pão e que a situação se resolva com rapidez e sem prejuízo dos interesses do povo. ;-

O Sr. Ministro da Agricultura (Joaquim Eibeiro) • — Sr. Presidente:-' como

todos sabem, há efectivamente uma greve de pão que se manifestou no sábado.

Esta greve foi muito-bem calculada, porque aproveitou o momento em que os recrutas tinham saído, para se iniciar.

Na aparência a greve é feita por operários que pedem aumento de salário.

Eu tenho feito todos os esforços para saber ao certo o que se pretende com esta greve, e talvez eu venha aqui mais tarde, se íôr certo o que penso, dizer que esta greve não é só pelo aumento de salários.

Os grevistas pedem a ablição das multas e a obrigação de pesar o pão. Se eu lhes tirasse as multas e a obrigação de pesar o pão, como uma comissão que me procurou me disse, voltavam imediatamente para o trabalho.

Eis o que não se pode fazer, por serem estes os meios de evitar a fraude, e o Governo não pode tomar ainda medida alguma porque aqueles que dizem pertencer ao proletariado e que estão sempre com xigênciaSj são aqueles que entendem agora não dever fazer barulho.

O Governo tem procurado remediar este mal e arranjar amassadores de pão, militares, mas os corpos estão com muito pouca gente e tivemos de convocar pra--ças": Espero que em pouco tempo se consiga normalizar a situação.

Por em quanto, a Manutenção Militar fabrica, e, à medida que as praças vão •chegando, vão indo para as padarias, esperando eu através de tudo e contra todos, conseguir dentro em breve abrir todas as padarias de Lisboa.

O Sr. Machado Serpa: — Sr. Presidente: nem só do pão vive o homem, por isso vou fazer umas considerações sobre o assunto, esperando que o Sr. Ministro da Agricultura as comunique aos Srs. Ministros das Finanças e do Comércio.

São bem manifestas e importantes aS reclamações populares contra o imposto de estradas e turismo, sobre animais e carros ao serviço exclusivo da lavoura.