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Diário da» Sessões ao Senado

Nós tivemos de 'facto um crédito a -quando do início da'guerra, mas para isso demos, além da garantia do sangue dos nossos soldados, a garantia das nossas tropas em campanha, muito material., e muita cousa mais que representava uma garantia do ouro que nos foi cedido. Isto além de vantagens de vária natureza tiue não é oportunidade recordar.

Os créditos abertos pela França para combater a crise cambial não me parece que tenham sido feitos sem garantiu s. Sobre este ponto o Presidente do Ministério francês não fez nenhuma espécie de declarações, afirmando unicamente ao Parlamento que esses créditos estavam uber-•tos, não exibindo nenhum parlamentar detalhes sôbrt essa operação.

Contudo, disse-se que esses créditos foram abertos com garantias oferecidas por entidades que tinham possibilidade para as dar em condições que demonstram o alto critério prático cue or'enta, esses estabelecimentos bancário s em França e o seu patriotismo. E o Parlamento francês, animado do propósito de nà'o facilitar qualquer especulação, conformou--se com a afirmação feita unicamente de de qce existia esse crédito. - Eu digo Q afirmo, sem receio de ser desmentido, que, através das várias negociações feitas por Portugal para,efectivação de créditos, a abertura do crédito -agora conseguido representa na verdade uma p.tape superior do nosso crédito.

V. Ex.a sabe, e estou convenoído de que o sabe de uma maneira muito particular, que houve em tempo uma tentativa de abertura de créditos, enviando o Ministro das Finanças- de então uma entidade bancária para o representar. Todos 33 Bancos da praça de Lisboa respectivamente representados por dois banqueiras •dos mais conhecidos 'e respeitados, da nossa praça e dando a garantia de todas as receitas-ouro do Estado Português e iodas as receitas-ouro provenientes da exportação, pretenderam a abertura de um crédito de um milhão de libras e não o conseguiram obler.

Isto é incontestável.

Foi daqui a praça de Lisboa toda assinando a garantia de que só faria a emissão de bilhetes do Tesouro de um milhão de •libras e davam as garantias que eu já disse. Pois apesar disso a banca de Lis-

boa veio de Londres sem ter conseguido a abertura de qualquer crédito.

Portt.nto, agora que o Estado conseguiu, sem intermediários, e é muito importante frisá-lo (Apoiados], e só pelos seus organismos próprios de tesouraria, abrir créditos de dois milhões de libras, é porque efectivamente o nosso crédito agora é melhor do que era nessa época.

Apoiados.

Referiu-se V. Ex.a ao facto da abertura desse crédito nãa se ter traduzido duma maneira eficaz, na valorização da nossa moeda, nem ter produzido quaisquer efmtos eficazes.

Contrariamente, porém, ao que Y. Ex.a afirma, ôsses créditos produziram efeitos porque fizeram com cue a divisa cambial se conservasse estacionária, como o demonstra o gráfico 'que tenho diante de micc.

O que não se deu foi a melhoria cambial, mas o Governo está de resto convencido de que a intervenção directa dos governos no mercado, com a intenção de alterar a divisa cambial, 6 sempre nociva.

^0 que é que ganham o Estado ou a situação cambial com o facto de se lançarem num curto período 600 mil libras no mercado ?

A cotação baixa, para mais tarde o Estado ter de comprar essas libras em condições nefastas para a economia nacional.

O Estado tem necessidade de ouro para satisfazer os seus -encargos no estrangeiro e, por isso. do ouro que obtém das suaíi receitas reserva para si a quantidade necessária. Quando o Estado tem disponibilidades, além desses encargos, faz o oferecimento na bolsa ou nos vários balcões a preço inferior à divisa do dia.

Este processo seria óptimo para fazer "baixar a divisa cambial, se não tivesse de ter um limite. Assim a praça e os especuladores podem comprar, cambiais que mais tarde vendem a cotações mais altas.