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Diário da$ Setfôet do Senado

ORDEM DO DIA

Continuaçio da discussão na generalidade da proposta n.° 606

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Sr. Presidente: tenho de resumir rapidamente as considerações que produzi na sessão passada.

Tinha-me pronunciado pela aprovação na generalidade deste projecto, tinha acentuado as razões sobretudo de ordem política que me levaram a essa determinação e tinha feito uma análise rápida e historiei algumas das objeções que me sugeriram essa proposta de lei.

Não tenho acompanhado algumas das críticas que contra ela são feitas, sobretudo por um publicista que se tem ocupado muito desta proposta, e feito uma crítica que eu entendo daquelas que em linguagem policial se pode chamar uma parte carregada.

Não acompanhei essas críticas e estava na ocasião que íalei referindo-me às ob-jecções que têm sido postas sobre algumas das obras a empreender.

Assim eu tinha dito que confiava no critério do Alto Comissário de Moçambique, que a famosa obra da irrigação do Vale do Limpopo, que se cita entre as que se vão empreender, não levaria uma libra ao Estado, porque se S. Ex.a fizesse nesse valo o emprego desses milhões de libras que é preciso empregar, S. Ex.a praticaria um verdadeiro erro administrativo.

Tinha eu passado rapidamente em revista as culturas possíveis no Vale do Limpopo e estava para me referir a uma a que fez uma rápida referência no seu discurso o Sr. Ministro das Colónias.

S. Ex.a disse que seria ocasião de tentar em grande a cultura do algodão.

Ora, Sr. Presidente, a esse respeito diria eu o mesmo que digo a respeito das outras: empreender a cultura do algodão em grande precisava de se fazer uma despesa prévia de mais de l milhão de libras.

Parece-me que seria uin grave erro económico tanto mais que não se sabia duma maneira precisa com o que se podia contar nessa província a respeito da cultura do algodão.

O ilustre Alto Comissário de Moçambi-

que, Sr. Brito Camacho, quando governou a província, procurou averiguar o que daria de ama maneira exacta a cultura do algodão, e para isso fez tentativas de contrato, com técnicos, para se ver o que podia dar essa cultura.

Não se chegaram a efectuar -esses estudos por vários motivos, de modo que empreender avultadíssimas despesas com uma cultura, que não se sabe ao certo se será profícua, constituiria uma verdadeira aventura, que nenhum administrador sensato se abalançaria a correr.

Sr. Presidente : eu teria outras considerações a fazer & desejava sobretudo referir-me a frases que foram aqui pronunciadas pelo ilustre Senador Sr. Joaquim Crisóstomo. S. Ex.a não está presente; não gosto nem costumo referir-me aos meus colegas quando eles não estão presentes.

S. Ex.a fez uma crítica injusta e precipitada à administração do Sr. Brito Camacho ; alguira cousa tenho de dizer a esse respeito, provando a S. Ex.a que a sua crítica era profundamente injusta.

Já o ilustre Sr. relator, que é um funcionário distinto da província, teve ocasião de pôr em evidência quanto essas críticas eram injustas, e em alguns dos seus capítulos começam os factos a provar que esses supostos erros de administração não existiam e que antes obedeciam a uma larga visão do futuro.

O Sr. Joaquim Crisóstomo não está presente, e por isso aguardarei para outra oportunidade dizer a 3. Ex.a o que sobre o assunto lhe teria que dizer.

Sr. Presidente: a nossa atitude por conseguinte & respeito'deste projecto é da sua aprovação na generalidade, é o de reserva quanto aos diferentes capítulos que iremos fazendo à medida que a especialidade se for discutindo.

São estas as considerações que eu tinha a fazer agora, a propósito deste projecto.