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Sessão de 29 de Abril de 1924

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ineiro erro. Tinha um saldo de mil e tantas -libras em ouro e comunicou para o Ministério das Colónias que tinha Ôsse saldo. ' ~"

£Poi& sabe a Câmara o que fez o Ministro1-de então? Mandou transferir esse saldo para a província de Angola, a título de empréstimo, e nunca mais vúu as suas libras. :

Escusado será dizer que, de então para cá, nunca mais a província mandou dizer que tinha saldo, e com ele tem acudido, repito, às suas obras de fomento, que.foi o que fizeram os Sr s. Álvaro de Castro e Brito Camacho quando ali estiveram governando a província.

Parece-me que nada mais tenho a responder ao Sr. Procópio de Freitas.'

Vou agora responder às objecções feitas pelo Sr. Augusto de Vasconcelos.

S. Ex.a achou um pouco vago o problema de fomento.

Pois eu acho que ele é claro.

Com respeito aos caminhos de ferro, creio que S. Ex.a está convencido de que o problema não é vago. S. Ex.a sabe muito bem o que lá se vai fazer em matéria de caminhos de ferro, que é completar as linhas já começadas.

Relativamente a farolagem, é construir os faróis que já estão estudados há muito tempo.

Quanto ao vale do Limpopo, S. Ex.a tem muitas dúvidas é referiu-se a- um ponto técnico, que é o das culturas.

Eu não poderei, sobre'este ponto, alargar-me em considerações, porque não sou •técnico; no emtanto, pelos conhecimentos que possuo, alguma cousa posso dizer.

Disse S. Ex.a que a cultura da cana era muito inconveniente, visto que em outras regiões da província ela se dava melhor.

É um facto. A região sub-tropical não é .a região de eleição para a cultura da cana; todavia, no Natal a cultura da cana faz-se intensivamente. -

E temos um exemplo muito mais próximo, que .é a ilha da Madeira. Isto quere dizer que as plantas não devem só ser cultivadas nas regiões de eleição.

Hoje já-se pôs de parte a-monocultura. Hoje cultiva-se tudo quanto se pode cultivar.

• Com-respeito ao .-algodão, esse dá-se melhor na região sub-tropical, razão

por que a Companhia de Moçambique não tem experimentado a sua cultura.

No vale do Limpopo também se precisa dinheiro para se fazerem plantações e desenvolvê-las. E uma aspiração legítima daquela região.

Jii para estas cousas que é necessário o empréstimo.

Empréstimos assim aplicados são alavancas que vão levantar a riqueza de qualquer região. ;

Ainda sobre'a generalidade do projecto, muito mais poderia dizer, mas não° quero tomar mais tempo à Câmara. Quando se tratar da especialidade procurarei esclarecer a Câmara no que me seja possível, como é do meu dever.

O Sr. Herculano Galhardo:—Tenho que tomar mais algum' tempo à Câmara sobre a generalidade do projecto porque o Sr. Ministro das Colónias, o Sr. Bulhão Pato e o Sr. Azevedo Coutinho fizeram favor de se referir a considerações que apresentei.

Lamento não falar com a clareza suficiente para ser'-bem compreendido, porque, se o tivesse feito, 'o Sr. Azevedo Coutinho não teria 'piocurado desfazer afirmações que eu não prôdazi.

Eu não pretendi igualar as condições de Moçambique às condições da metrópole ; o que quis foi chamar a atenção da Câmara para as necessidades gerais do país e dizer que não é possível satisfazer todos os desejos da província de Moçambique.

' (jEntão é- só em Moçambique que se torna indispensável gastar dinheiro? ^Xo Portugal continental não precisamos gastar muitos milhares de libras., adoptando a política rasgada que o Sr. Azevedo Coutinho recomenda? -

E eu posso dizer que o que desejo é que as mintas ideas fiquem suficientemente explicadas.

Digo eu: Portugal continental precisa também- de gastar em planos já leitos e em obras já estabelecidas 40 ou 60 milhões de libras.

Mas nós temos que fazer política de possibilidades.