O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

20

Diário das Sessões do Senado

autorizações, porque fica agora com uina autorização onde cabe tudo, e, contudo, a Câmara desinteressa-se.

Recomendo ao Senado que soja acautelado na autorização que vai conceder.

Sr. Presidente: tenho visto publicados 'nos jornais, a respeito do empréstimo £. província de Moçambique, artigos admiráveis dos Srs. Armindo Monteiro e Santos Gil. pessoa que me parece &er um colonial muito distinto; mas apesar disse devo confessar que está de pé a criteriosa opinião do Sr. Armindo Monteiro, e ainda S. Ex.a não sabe se o projecto que está em discussão nas duas Câmaras é pior e mais perigoso do que o contrato que está feito. E, se devemos evitar autorizar nm contrato ruinoso, calcule V. Ex.a como será perigoso votar uma autorização que é mais lata ainda.

Disse T. Ex.a que os negociadores do empréstimo, apesar de nos- darem tanta soma de vantagens, ainda assim admitem a possibilidade de existência de razões de força maior, que os possam levar a modificar as condições primitivas.'

Ora. Sr. Presidente, se b que já estava estabelecido era .mau, calcule V. Ex.a como será iná a proposta que vamos votar,,

Pelo que nca na' proposta, c juro será o que quiseram mas .não que fique taxativamente estabelecido na lei. Pode ser 9, 10 ou 12 por cento, e se for' 12 por cento poderemos chegar a uma anuidade de 600:000 libras. ' • ' • '

Sejamos cautelosos e não vamos levar à- nossa política de fomento até cometer imprudências irreparáveis". • '•- Se o meu voto na generalidade a esse projecto significa o; reconhecimento das necessidades urgentes de Moçambique, então dou-o francamente, porque tenho de reconhecer que não1 podenios continuar a realizar uma política de fomento com os nossos" recursos orçamentais.-> Mas realize 'a província- um- empréstimo' em eòndiç5ôs: diferentes e depois, quando j ulgar oportuno' • fazer •' novo empréstimo, venha a.o Parlamento fundado .tfos resultados do primeiro, pedir uma autorização para realizar dm segundo empréstimo1 em condições -inais latas, cue o Parlamento não5lho': negará a autorização.

Escravizar1, ;£'ofém',: â; província- áoraifcte 40 anos a ttiA' empréstimo como o actual, com o méa1 Voto, nãov '-r *"•: -

Já se provou que são perigosas as autonomias.

Num serviço autónomo estive e tive ocasião de apreciar como se gastaram milhareis de contos em pura perda.

Ainda hoje estão cerca de 10:000 contos encaixotados e outros 10:000 contos se gastaram em obras que não servem para nada.

As autonomias são úteis?

Decerto que o são e o foram há anos, mas quem as usou foi para ir de encontro às liberdades dos outros.

Assim, por ver isto, apesar da minha idade tenho de mudar de ideas.

(i Vai, porventura, a província realizar imediatamente todas as obras de que carece ?

Com certeza que não.

Eu digo a V. Ex.a que se não houver fiscalização sobre as tais casas inglesas podem ser mal empregados milhares de libras.

Ainda há pouco tempo numa fábrica estrangeira, não digo qual é," estando a fabricar material para a metrópole e para as colónias, mas estando a fiscalizar-se o material para a metrópole sucedia isto: ó que o material que era recusado para vir para a metrópole passava-se para as colónias.

Por maior que seja a seriedade das casas comerciais e industriais' não devemos fiar nelas, porque muitas vezes uma máquina parece estar em muito boas condições,- mas tem um- defeito qualquer; e por esse motivo o fabricante há-de atirada para a sucata?

Evidentemente qUe não; procura más é impingi-la ao primeiro cliente que apareça. •

Não há ninguém que tenha vivido na indústria que não saiba que existe o refugo de odástria; por conseguinte, se não houver muita clareza de vista com os materiais a importar, Moçambique corre o risco de -perder milhares de libras.

O Sr. Bulnão Pato (interrompendo): — V. Ex.a dá-me licença? Mas Moçambique terá bom material.