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Diário da» Sessões ao Senado

Azevedo Coutinho e o discurso encantador do Sr. Bulhão Pato não s3o mais do que a prova do muito que amam a província e a explicação daquilo de que ela carece urgentemente e que todos reconhecemos.

Mas também temos de reconhecer que Portugal continental carece igualmente de muitas obras de fomento, como são as estradas, a 'transformação em secos dos terrenos alagadiços e a transformação em terrenos alagados dos que são secos, etc.

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Sem dúvida, e no emtanto não há o intuito de jungir, como disse o Sr. Azevedo Coutinlio, a província de Moçambique à metrópole.

Não é isto, como S. Ex.a também disse injustamente, acariciar tanto um filho, que o esmaguemos.

Devo ainda dizer que nós estamos numa época em que é preciso falar claro e francamente.

O discurso proferido pelo Sr. Azevedo Coutinho foi, com certeza, inferior àquilo que 'nós esperávamos; inferior sob o ponto de vista de esclarecimentos de que a Câmara tanto carecia para poder votar tranquilamente esta proposta de lei. S. Ex.a foi claro nas suas afirmações, mas foi insuficiente nos esclarecimentos a prestar, como vou demonstrar.

Bem mais claro e suficiente foi o Sr. Ministro das Colónias; e, diga-se a verdade, é sobre as declarações de S. Ex.a que a Câmara tem principalmente que se fundar, pois que os Srs. Azevedo Coutinho e Bulhão Pato são, por sentimentos naturais, dois apaixonados pelos melhoramentos da província de Moçambique, o que não é senão para estimar, porque não há obra que se possa fazer sem uma grande crença, sem uma grande fé.

Ora as declarações do Sr. Ministro das Colónias harmonizam-se inteiramente com o parecer da Câmara dos Deputados sobre a proposta do empréstimo, da qual foi relator o Sr. Ministro das Colónias que deve ter colaborado muito intimamente na proposta de lei que se discute. Refiro-me ao Sr. Rodrigues Gaspar. Foi S. Ex.a o Ministro das Colónias que preparou a proposta de lei, e por isso o« tenho que basear a» minhas, considera-

, principalmente oais declarações do-actual Ministro das Colónias, Sr. Mariano-Martins. Mas vou combiná-las com algumas das declarações muito interessantes trazidas pelo Sr. Azevedo Coiitinho.

S. Ex.a, numa argumentação muito hábil e muito graciosa, disse que, tendo a colónia gasto até hoje 9 ou 10 milhões de libras, isso, dividido por 20 anos, dá cerca de 420:000 libras por cada*ano.

Vamos a ver se isso se harmoniza com, a realidade.

^O que nos diz o Sr. Ministro das Colónias? Uma cousa inteiramente diferente-Que, além do empréstimo, conta com outras receitas novas para satisfazer os encargos do empréstimo.

Diz o Sr. Bulhão Pato:

Não cuidem que dos caminhos de ferro» virão receitas; pelo contrário, hão-de vir deficits porque o empréstimo o que fará é fomentar a riqueza pública e originar novas receitas.

Quere dizer, anuncia-se concretamente um aumento de despesa certo e um problemático aumento de receitas.

O Sr. Ministro das Colónias, como homem de Estado, entende que o seu papel ó informar solidamente a Câmara porque esta tem de tomar nesta questão uma gravíssima responsabilidade.

Xão teaho querido, até agora, referir--me a ura ponto que, porventura, serviu de base à proposta de lei apresentada ao Parlamento.

O Sr. Ministro das Colónias afirmou que o contrato não kse podia separar da discussão do projecto e eu começo a sentir-me obrigado a referir-me também ao contrato.

O Sr. Azevedo- Coutinho sustentou que a Câmara nada tinha com o contrato, mas acabou por chamar a minha atenção para ele.

Aproveito a ocasião para lamentar que eu tenha só um quarto de hora para falar, porque não me posso cingir a esse espaço de tempo para responder a três oradores.

O Sr. Presidente: —A Câmara já concedeu que V. Ex.a continuasse.