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Apêndice da sessão legislativa de 1923-1924

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Sr. Presidente, orgulho-me de ter sido o mais modesto colaborador do falecido general, e, por isso, ó com profunda -comoção que profiro estas palavras e me associo ao voto de sentimento proposto por V. Ex.a. concluindo por dizer que a figura do general Tamagnini de Abreu, que hoje pertence à historia, ficará nela registada.coino tendo sido um militar ilustre, um homem duma lealdade inquebran-lável e um português verdadeiramente de lei.

Tenho dito.

Vozes:—Muito bem, muito bem.

O Sr. Prccópio de Freitas: — Sr. Presidente : recebi um telegrama do 'presidente da comissão executiva da Junta Geral do Distrito do- Funchal, protestando em nome da população madeirense contra um imposto que alguém pretende fazer incidir sobre as fazendas importadas pelo Funchal.

Já em tempo tive ocasião de me referir a este assunto nesta Câmara e de protestar contra essa pretensão, que me informaram haver e que segundo vi depois num jornal pareceu-me que não existia, mas pelo telegrama que agora recebi creio que alguma cousa há nesse sentido, e portanto novamente protesto contra tal pretensão.

O povo da Madeira não aceitará sem o seu mais veemente protesto a alteração do actual regime de livre importação de farinhas e de cereais pauificáveis.

Vou-me referir a um outro assunto de que trata um outro telegrama que recebi também da mesma entidade.

Como V. Ex.a, Sr. Presidente, deve estar lembrado, já' várias vezes me tenho referido à montagem dum posto de telegrafia sem fios no Funchal, pertencente ao Ministério da Marinha.

Esse ministério escolheu o local, que foi cedido pelo Ministério da Guerra, visto ser dentro de um antigo forte.

O material foi conduzido para essa cidade a^bordo dum desses navios que compõem a divisão naval colonial, mas os técnicos reconheceram depois que o espaço destinado à montagem das antenas não era suficiente e que portanto não

podia ser montado o posto no local escolhido.

Em seguida trataram de escolher-um outro local apropriado para a montagem do posto e reconheceram que a quinta Vigia, pertencente aos antigos bens dos sanatórios, se prestava para esse fim.

Foi feita essa indicação para Lisboa, e pelo Ministério da Marinha foi feito o respectivo pedido ao Ministério das Finanças, mas surgiram quaisquer dificuldades, não sei se alguém anda na sombra a manobrar para que não seja satisfeito esse pedido, porque até hoje ainda o assunto nã,o foi resolvido.

Isto é um assunto que deve ser resolvido rapidamente, a fim de se poder montar o posto, que vai trazer grandes benefícios à Madeira.

Eu pedia ao Sr. Presidente o favor de comunicar aos Srs. Ministros respectivos estas minhas considerações.

O Sr. Procópio de Freitas : — Sr. Presidente: eu creio que até hoje ainda não foram prestadas pelas duas casas do Parlamento as devidas homenagens à memória do glorioso aviador Sacadura Cabral, pelo facto de não ter tido ainda comuni cada oficialmente a sua morte. Se assim não fosse, estou certo de que seriam os presidentes das Câmaras os primeiros a tomar a iniciativa dessas homenagens.

Sr. Presidente, desde o primeiro momento em que começou a haver a dúvida no povo português de que alguma catástrofe tivesse sucedido ao heróico aviador, que a nação inteira tem vívido numa grande ansiedade, num grande desgosto, mas alimentando sempre a esperança de que aquela boa estrela que guiava Sacadura Cabral não o tivesse abandonado e que ainda recebêssemos notícias de que ele fosse vivo. Infelizmente, Sr. Presidente, os dias têm-se passado e hoje creio que ninguém alimentará esperanças de que se possa dar esse facto. .

Sacadura Cabral era um oficial inteligente, a quem a Armada muito deve, e um militar brioso, que encarou sempre com a maior serenidade os grandes perigos.