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Apêndice da sessão legislativa de 1923-192Í

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A linha, de Cacilhas e também o cais de Cacilhas estão hoje postos, de lado dará o tráfego de mercadorias e apenas será prático aproveitar o troço até Cacilhas para comboios de passageiros, demi-miindo o percurso de travessia fluvial. Tive ocasião de mandar fazer esse estudo na Administração Geral dos Caminhos de Ferro do Estado.

O que se tem como necessário é, pois, ligar as duas margens do rio ; simplesmente isso tem de se fazer de forma a sarem atendidos os interesses económicos e por uma forma prática.

Neste projecto trata-se não só da construção duma ponte, mas também de um cais acostável. Com este ponto é que niio concordo. Temos já o porto de Lisboa; projecta se o de Montijo; já houve também a idea, quando se falou da transferencia do Arsenal de Marinha para a outra margem, de fazer um porto em Cacilhas.

Não se compreende a existência de. tantas administrações diferentes no mesmo porto.

Não há que tratar do porto neste projecto, ,mas apenas da ligação das duas margens.

Em resumo, não querendo tomar tempo à Câmara, declaro que aprovo este projecto na generalidade, com a idea de, na especialidade, modificar os respectivos artigos de forma a conceder-se autorização ao Governo nara fazer os estudos abrindo concurso para a construção da ponte destinada à ligação entre as duas margens.

O Sr. Procópio de Freitas:—Sr. Pre-dente: este projecto de lei que está em discussão ó, sem dúvida, muito interessante e a idea que presidiu à sua elaboração deve merecer o elogio de todos aqueles que querem o desenvolvimento do nosso país.

Estou certo de que a ligação das duas margens do Tejo era uma obra do fomento que vinha concorrer bastante para esse desenvolvimento, mas do que estou convencido é que de facto a ocasião não é oportuna para se discutir este projecto.

Este projecto foi elaborado partindo-se do princípio de que o Montijo seria a testa do Caminho de Ferro do Sul e Sueste. E isso que se conclui do seu artigo 1.°

Ora desde que se está a estudar a península do Montijo de modo a saber-se qual a íiplicação a dar-lhe, e se esse estuda está sendo feito em harmonia com outra projecto que aqui se discutiu e aprovou, eu entendia que era quando esses estudos estivessem terminados, e portanto na ocasião em que o Governo pudesse dizer qual a aplicação a dar à península do Montijo. que se devia então discutir este projecto, porque senão arriscamo nos a mais uma vez estarmos a perder tempo em discutir cousas que são verdadeiramente música celestial, concorrendo assim para o desprestígio do Parlamento, pois eu entendo que aquilo que o Parlamento discutir e for transformado em lei do país deve ser para ter execução, pois caso contrário é sempre objecto de censura.

Tenho dito.

O Sr. Ernesto Navarro: — Sr. Presiden-to: pedi a palavra apenas para um esclarecimento ao Sr. Afonso de Lemos, que, quanto a mim, continua a ter icleas pouco claras sobre o assunto em discussão, a tal ponto que confunde o porto do Montijo com a ponte de Xabregas, quando aliás, são cousas diferentes e de objectivos diversos.

O porto do Montijo é o terminus da rede ferroviária do Sul projectada para substituir o Barreiro que já não dá vazão ao tráfego e não se presta, a grandes amplia-' coes.

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O Sr. Afonso de Lemos:—É a convicção de V. Ex.a, que eu muito respeito.

O Orador:—O porto do Montijo vem substituir a testa das linhas do Sul projectada para Cacilhas.

O Sr. Afonso de Lemos:—É o modo de ver do V. Ex.a E tanto não está no espírito de todos que o Sr. Ministro do Comércio mandou estudar o caso por uma comissão.

O Orador: — A ponte pode e deve vir a construir-se mesmo que o porto de Montijo se não efective.