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Diário das Sessões do Senado

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Xuno Simões): —Respondo a V. Ex.a dizendo que é inteiramente falsa tal açu Secção!

O Orador: — Sr. Presidente: veja V. Ex.a como eu me satisfaço com a cega-cão do Sr. Ministro do Comércio.

S. Sx.a não podia deixar de ser um homem honrado, não podia deixar de ser um membro do • Poder Executivo, cumpridor dos seus deveres.

S. Ex.a, para se respeitar a si, tinha de respeitar o lugar de Ministro.

Pois bem» Nas acusações que foram feitas ao Sr. Ministro do Comércio, quanto ao caso da reintegração dos funcionários, acusações que para mim só têm o carácter político, devia também incluir-se a de que S. Ex.a era sócio du:n dos funcionários reintegrados numa empresa de exploração de lenhas e madeiras. Quem me disse isso a mim nes:e lugar foi o Sr. Ernesto Navarro.

O Sr. Ernesto Navarro:—Aonde!? Quando foi que eu disse isso?!

O Orador: — Foi aqui mesmo.

.0 Sr. Ernesto Navarro: — A7". Es/' níío tem o direito de declarar aqui o que se disse em conversa.

O Sr. Eerculano Galhardo:—Apoiado.

O Orador:—Apoiado não, Sr. Hercu-lano Galhardo. Não estamos ainda armados em tribunal.

O Sr.- Eraesto Navarro disse-me isso aqui.

O Sr. Ernesto Navarro:—Ea disse a V. Ex.a que. em conversas, se dizia isso.

O Orador: — O que é certo é que •''ssa acusação não foi feita nos ataques dirigidos ao Sr. Ministro do Comércio.

O Sr. Ernesto Navarro:—V. Ex.a não pode vir para aqui fazer declarações do que se diz em conversas particulares.

O Orador: — Eu tenho o direito de nesta Câmara, ou na praça pública, dizer aquilo que se diz dos homens que

estão sentados nas cadeiras do Poder, porque assim é que eu defendo as instituições republicanas.

Basta de insinuações!

Aqui está a resposta a um aparte do Sr. Ernesto Navarro, quando eu pedia a S. Ex.a que concretizasse as suas acusações, e lhe dizia que o fizesse em frases bombásticas, ao que S. Ex.a me respondeu que as reservasse para mim.

Pois eu aqui estou fazendo a declaração que a Câmara acabou de ouvir.

Quem a disse ao Sr. Ernesto Navarro, não sei.

Passemos das acusações singulares aos factos.

E preciso que a política deixe de escolher vítimas e de imolar criaturas que têm o sentimento republicano, como o Sr. Ministro do Comércio, e que têm prestado à República serviços relevantes, como são os que tem desenvolvido no lugar de director do eminente jornal republicano que ó A Pátria.

A mim não me serve estar a dar o meu apoio a um Governo, onde há Ministros que se acusam de cuidarem unicamente dos seus negócios, ou dos seus interesses particulares.

E preciso que se aparte o joio do trigo. Quem tenha prevaricado, que passe para a esquerda; quem tenha sido honesto, como eu desejo que todos sejcim e é aspiração da nação republicana, que vá para a direita. O que é preciso é que nós republicanos, altamente ou medianamente colocados, sejamos como a mulher de César: não só honestos, mas que o pareçamos.

Isto ó que é preciso pontificar-se na República.

Há pouco tempo, fui convidado para ir festejar a data do 9.° aniversário da vitória da República, na noite de 14 de Maio, na sede dum centro republicano. ^Pois sabe V. Ex.a, Sr. Presidente, quantas pessoas lá estavam?