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Sessão de 20 de Maio de 1924 '

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O conselho de administração dos Caminhos de Ferro do Estado tinha quem pudesse, representando os organismos económicos e estando ligados aos interesses da moagem, tratar esse assunto.

Mas, Sr. Presidente, junto de mini não se fez uma diligência, uma reclamação; a única reclamação foi feita pelo Sr. Tavares de Carvalho, que me procurou com uma comissão de padeiros de Se-° túbal.; esta reclamação junta à do telegrama.

Mas, Sr. Presidente, isso não nio autoriza absolutamente nada.

As acusações, as ilações .que se podem inferir de favores meus à moagem, que o Sr. Ernesto Navarro calculou em 1:500 contos, já atingia na Câmara dos Deputados 2:000 contos, e sabemos lá a, quanto c chegará.

Diz-se que o cálculo dos elementos que me tinham sido fornecidos havia sido feito sobre números de 1920 e não de 1923, como se devia ter feito, e que portanto esses números desde 1920 até 1923 haviam sido duplicados.

Como V. Ex.fis vêem este assunto devia ter sido já tratado há mais de um mês mas tratou-se agora deste assunto porque o Ministro do Comércio o Comunicações tinha de ser atacado.

Acusou-me o Sr. Ernesto Navarro de proteger a moagem, mas compreende W Ex.1"1 que se alguma moagem pode lucrar é a moagem da província, a pequena moagem, porque só a moagem que trabalha no centro produtor é que pode obter a farinha de forma a ter lucro. Mas não era à pequena moagem, à moagem da província, a que S. Ex.a o Sr. Ernesto Navarro se quis referir.

O conselho dos Caminhos de Ferro do Estado sabe muito bem que não foi prejudicado por essa medida visto que foi de lá que foram tirados os adubos e portanto teve um lucro muito maior do que aquele que poderia obter com as farinhas.

Sr. Presidente: mas nesta questão das farinhas eu fui sobretudo acusado de não. ter respeito pela Junta Consultiva dos Caminhos do Ferro. <íE p='p' interpelante.='interpelante.' disse='disse' quem='quem' sr.='sr.' _-senador='_-senador' o='o'>

^.Mas podia realmente ser acusado o •Ministro como o foi?

Sr. Presidente: há cousas que ou se provam ou ficam com quem as disse.

Além de que, nesta questão das farinhas, o 'Sr. Senador interpelante o sabe, está-se debatendo um problema, o problema da? chamada «farinha em trânsito», que reveste uma excepcional importância, muitas dificuldades.

Acrescentou o mesmo Sr. Senador que eu estava à espera duma medalha de Espanha.

S. Ex.a.sabo bom, »•, se o não sabe, digo-o eu agora, que tonho desdóm pelas veneras.

Isso é de somenos importância.

O que S. Ex.a deve saber é que neste momento impende um assunto grave relativo à questão das farinhas, a questão chamada, repito, das «farinhas em trânsito».

Neste momento está pendente unia reclamação em que nós não poderemos sequer competir com as companhias do norte de Espanha.

Mas eu creio que o Senado, nesta altura, pode já fazer um juízo seguro acerca do assunto em debate; o Senado já sabe em que circunstâncias se deram os despachos e a .falta de fundamento das.acusações que ao Ministro do Comércio e Comunicações foram feitas. Disponso-me de insistir mais nos argumentos que empreguei ; houve a réplica e a tréplica.

Por mais que se quisesse dar ao formalismo desta questão um outro carácter, não houve possibilidade.

Como o outro dia aqui disse, alto e bom som, n3,o aceito a situação de réu, nem dou às pessoas que acusam a situação de juizes.

O Sr. Senador interpelante imputou-me ilegalidades, desrespeitos e abusos do Poder, numa situação em qne nada disso houve.

Agora, fora de toda a política, o Senado que resolva e que resolva tendo sempre em vista que tem na sua frente quem efectivamente deve à República e ao país o respeito que neste momento deve a um dos seus órgãos mais representativos, que é o Senado.