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Diário das Sessões do Senado

mim, mas para o Ministro que conscien-temente tem desempenhado a sua missão.

Muitos apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ribeiro de Melo:-—Sr. Presidente: antes de mais nada uma declaração : não devo ao Sr. Ministro do Comércio e Comunicações, N uno Simões, nem o menor favor político, nem o menor subsídio para as estradas ou caminhos da minha região.

Das duas vezes em que S. Ex.c tem sido Ministro, devo apenas uma amizade de há anos, e uma solidariedade republicana de há muito.

Estou portanto à vontade para apreciar a questão em debate, fazendo ao Senado as considerações que no meu entender são necessárias e precisas, elogiando a acção ministerial no que ela possa ser elogiada e apreciando a parte restante, como muito bem entender e quiser.

Não mando para a Mesa nenhuma moção, mesmo itorque o Sr. Ministro já disse que aceitava outra, e entendo que assim deve ser; o Senado ou vota a moção do Sr. E/mesto Navarro ou a rejeita.

Se a vota, ataca naturalmente a política ministerial e abre a crise; se a não vota, faz justiça às intenções do Ministro.

A questão foi muito mal colocada e isto sem que'pretenda apreciar as considerações do 'nosso colega Sr. Ernesto Navarro.

(j O que é que se tem feito neste debate?

Acusar o Sr. Ministro do Comércio e Comunicações de ter reintegrado dois funcionários, quando o Sr. Ernesto Navarro, que também já foi Ministro do Comércio e Comunicações, reintegrou funciona fios que foram afastados do serviço por.terem cometido actos contra o regime republicano.

^E qual é o Ministro da República que não tivesse ainda reintegrado ou dado satisfação a reclamações de funcionários públicos que têm hostilizado o regime, que entraram, no regime da traulitânia ou que auxiliaram o consulado do Sr. general Pimenta de Castro.

Sr. Presidente: depois da jornada de Monsanto têm sido readmitidos nos servi-

ços públicos pessoas que deles haviam sido afastadas por virtude fie terem manifestado ostensivamente o seu Ódio ao regime. É que, Sr. Presidente,, os republicanos e, sobretudo, muitos dos Ministros que têm alcançado as cadeiras do Poder, querendo criar uma ontourage, rodear-se de uma côterie para poder fazer as cousas à sua vontade, põem-se de parte os verdadeiros princípios republicanos e, neste caso do reintegração de funcionários nos Caminhos de Ferro do Estado, nunca o Senado viu que ss levantassem aqui questões.

Só agora, porque o Governo não pode satisfazer o capricho do determinadas pessoas bem catogorizadas nos partidos do regime é que só levanta a questão, porque é preciso abrir brecha no Governo, fazendo sair o Sr. Ministro do Comércio e Comunicações do Poder e compele o Governo da Presidência do Sr. Álvaro de Castro, não para lhe suceder um Governo radical como sucedeu em Inglaterra com o partido laborista e como vai suceder em França, mas para voltar um Governo das direitas, um Governo que mantenha o déficit sin 400:000 contos e uma circulação fiduciária de 1.300:000 contos, a fim de servir a plutocracia.