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Diário das Sespões do Senado

mércio deu, aposentando determinados funcionários, mas não tendo maior razão em relação ao caso que se discute. S. Es/ pôs muito bom a questão e contou, com grande espírito da justiça,' casos bem demonstrativos de que durante a traulttfi-nia não foram só as pessoas hostis à República q no precederam mal, pois que nessa ocasião também, infelizmente, muitos republicanos se esqueceram do que deviam à República.

O Sr. Hercuiano -Galhardo, a quem nf;o quero deixar de agradecer as suas palavras de cuiaprioento, foi vivo o acoso no comentário que fez aos meus despachos, mas foi elevado e sincero no seu comentário.

Tenho de constatar este facto, como aliás já tenho constatado no convívio que tenho tido com S. JEx.a na vida política. S. Ex.a, quando ataca, é uni advcrsariu lealíssimo, e ó sempre para mini um grande prazer ouvir S. Ex.a, porquanto o Sr. Hercuiano Galhardo põe en tudo quanto diz um tom de sinceridade e sabe sempre despojar-se dos aspectos personalistas e irritantes, o de deminiViçuo das questões e das pessoas que tem de discutir.

. Sr. Presidente: o Sr. líerculuno Galhardo levantou duas frases minhas; uma, disse S. Ex.a, que não há cabaks políticas contra m:m, e que se não t' uho partido político a apoiar-me é porque pessoalmente o não quero, pois qup, co:no rnrmbro do Governo, tem ôste um partido que lhe dá apoio.

A minta afirmação, dizendo que havia uma cabala política contra mini, não é dirigida ao Sr. Hercuiano Galhardo, nem a qualquer dos dirigentes do partido a que S. Ex.1 pertence. Roferia-so a tina sério de circunstancias que, provocadas por mim e aproveitadas por outrem, estavam criando una '.situação para que o Ministro do Comércio, posto em cheque pela solidariedade que o GovCruo quiri ofarece?--Ihe e que ele procurou dispensar através do tudo, pudesse arrastar a queda do Governo.

O Sr. Hercuiano Galhardo l'ga sempre às palavras o sentido que deve ligar, e f;.z por isso justiça às outr&s pessoas, quando a têm.

Assim, Sr. Presidente, nem ao próprio Senador interpelando, Sr, Ernesto Navar-

ro, atribuí um sentido político, senão por um facto, quo foi a apresentação duma moção política que podia determinar uma votação política,, e, determinando-a, criar realmente dificuldades, e, na verdade, as criaria, pois poderia colocar o partido de S. Ex.a na situação de. ter de lhe dar a sua solidcried^de.

Sr. Presidente: eu tive efectivamente um partido político; o Sr. Hercuiano Galhardo sabe-o bem, e SP fiz dentro dolo carreira política procurei também sempre hciiirá-k. Entendi em certa altura que devia abaudnná-lo ; não quo não tenha ainda hojo dentro do Partido Republicano Português algumas das minhas mais apreciáveis amizades, alguns dos meus melhores amigos pessoais, o, poderei dizê-•lo, alguns dos meus melhores amigos políticos ; muitos dos meus eleitores são correligionários do ilustro Senador; ó isto uma sequência política, e, sendo meus eleitores, são meus velhos amigos pés-íioais.

Sem nenhum esforço reconheço o apoio que o Partido Republicano Português tem prestado a Os te Governo—e o Sr. Hercuiano Galaardo puxou a este respeito uma fraso da secção, de que era iam dedicado amigo do Governo, que efectivamente era mais que governamental.

Naquilo, Sr. Presidente, quo ou tenho podido analisar da vida do Govôrdo, em relação ao Senado, tenho verificado que esta Câmara lhe tem sido um elemento de apoio e dedicado.

Postas estas rápidas considerações, eu desejo dizer ao Sr. ílercnlano Galhardo que classificou os meus despachos, sob o ponto de vista administrativo, de menos felizes, que há uma cousa quo me custou ouvir da boca de S. Ex.a: E que ou tivesse a intenção de vexar fosse quem fosse.

S. Ex.a conhece-me o '^abe que eu não tmho nunca a intenção de vexar ninguém, qus não se podo ver tal intenção em nenhum dos meus despachos.