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í)iário âas Sessões ao Senado

o tivesse suspendido. S. Ex.3 tiuha-me a seu Jado.

Mas não, S. Ex.íl não fez isso, preferiu vexar o Conselho.

Eu não estou a defender o Conselho, estou apenas a defender o facto, fora do ponto de visíu jurídico.

O Sr. Ernesto Navarro fez uma exposição ao Sr. Ministro do Comércio e Comunicações, confirmou, a sua exposição por escrito e o Sr. Ministro despachou e mandou o seu despacho ao Sr. Ernesto Navarro para ele cumprir.

Evidentemente o Sr. Ernesto Navarro não podia suportar um acto destes.

Fez o que um homem digno devia fazer: pediu a sua demissão.

E não é para admirar que, no u&o completo da sua liberdade, o Sr. Ernesto Xa-varro viesse ao Senado apresentar o seu ponto de vista.

Vamos agora ao caso da rebeldia do Conselho de Administração.

líepare S. Ex.a o Sr. Ministro do Comércio e Comunicações que, além dos técnicos qae compõem o Conselho de Administração, além das pessoas que há uns anos a este. parte são o]liadas com olhos vesgos por muitas pessoas a quem o ódio iesuítico não perdoa, ódio que vem dá longos anos, estavam figuras que são líom-pletamente estranhas a ês?e ódio, como por exemplo estes Srs.-:

Leu.

Eu não quero ver, neste momento, se estas duas figuras, se estes deis portugueses de lei, são, ou não, republicanos.

Não fui eu que os nomeei, não tenho, por consequência, responsabilidade nenhuma na sua nomeação, mas tenho de os considerar como bons portugueses e dignos de toda a nossa consideração.

£ Ora, como é que estas duas figuras,, representantes da indústria e das fôrç&s vivas, representantes da ordem assumem uma atitude hostil para com o Sr. Ministro do Comércio e Comunicações?

É bom que S. Ex.a repare que e&sas pessoas Je ordem não assumiam espontaneamente uma atitude de rebeldia eo-stra o Ministro do Comércio e Comunicações, se não tivessem, para isso, qualcuer fundamento.

S. Ex.* com certeza nunaa pensou nisso,

porque se não teria preguntado a si mesmo como ô que se explicava semelhante atitude.

Se S. Ex.a pensasse e fosse buscar as razões, talvez encontrasse a explicação da atitude tomada pelo Conselho e porventura teria sido mais prudente e benevolente ao apreciar a" exposição do Conselho.

Mas o Sr. Ministro do Comércio e Comunicações preferiu levar por diante a sua política agressiva.

O S.r. Ministro do Comércio e Comunicações (Nuno Simões)-: — Não apoiado.

O Orador: — Se S. Ex.a quere, eu eoi-prego um tôrino menos duro.

Mas uma atitude de combate só pode ser agressiva.

Mas, repito, S. Ex.a preferiu vexar, não sã importando corn o Conselho e saltando pó:: cima das suas decisões, o des-pachou dizendo que se não cumprisse nada do que o Conselho tinha resolvido até que uma comissão que S. Ex.a havia de nomear apreciasse e desse o seu pan-cor.

Um despacho destes tem sempre que ser considerado como'um despacho vexatório.

Eu não estou aqui para dar conselhos às pessoas que compõem o conselho de administração dos Caminhos de Ferro do Estado, mas o que estou é para me pôr -ao lado do Sr. Ernesto Navarro.

Como seu amigo, como pertencente a um partido que o apoia, dir-lhe hei que o que eu faria no sen. lugar era diferente do que S. Ex.a fez.

Se discordasse, chamava o administrador geral e di/ia-lhe: vamos estudar o assunto.

Sob o ponto de vista jurídico ^ quais são os pontos que o Sr. Ministro do Comercia julgou feridos? Apenas este-: figurando no contrato a palavra «Barreiro», o conselho, julgando que não saía fora das suas atribuições e entendendo que seria mais conveniente, resolveu que as obras se fizessem em Pinhal Novo.

E este o ponto principal que o Sr. Ministro do. Comércio julgou ferido.

Sob ó ponto de vista dos interesses do Estudo nem vale a pena falar nisso.