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Sessão dk 6 de Junho de 1924

vernador civil de Leiria é essencialmente conflituoso, porque o tem sido sempre, como funcionário do Estado, nas suas funções oficiais.

• Chamo a atenção do Sr. Ministro do Interior para este facto.

Como V. Ex.a Sabe, têm havido conflitos constantes com elementos que não são do meu partido, como o de Castanheira de Pêra, que deu em resultado serem presos alguns republicanos, entre outros um correligionário meu, que respondeu no .tribunal da sede da comarca, dando origem esse julgamento a um verdadeiro comício de que resultou o despretígio para a autoridade superior do distrito, porque o julgamento desse republicano na sede da comarca dó Figneiró dos Vinhos foi de tal maneira retumbante, que o tribunal se encheu de pessoas de dois ou três concelhos próximos e que a absolvição foi uma verdadeira exautoração para quem exerce o alto cargo de governador civil do distrito.

Em Ancião, ainda sem respeito pela lei, prendeu, sem ser em flagrante delito, pessoas a quem foi forçado depois, pelo povo, a dar a liberdade.

Numa eleição paroquial do mesmo> concelho de Ancião, sujeitou-se ao desaire de ser apupado quando prendia um dos membros da Junta de Freguesia, para o- que não tinha poderes.

E claro que, pouco depois, mandava dar-lhe a liberdade.

Para se aquilatar do espírito atrabiliá-dêste governador civil, basta dizer que é um facto verdadeiro o jniz de direito de Ancião, um magistrado judicial de altas qualidades, ter sido obrigado um dia a convidar, um pouco violentamente, o governador civil de Leiria a sair de sua casa.

- Para terminar, citarei o caso injustifiV cavei do governador civil de Leiria, ter suspendido do exercício das suas funções . o secretário geral, homem que goza da consideração até dos adversários do regime.

Começando a ser republicano depois de 5 de Outubro, mas, apesar disso, tem,servido a República com tal lealdade, que tem merecido o bom conceito, a1 consideração e estima dos meus correligionários, de iodos os republicanos, de todos os cidadãos honestos.

Os conflitos sucedem-se e eu pregunto a V. Ex.a e à Câmara se um distrito poda estar sujeito à irritação de uma criatura que tem a preocupação de ser desagradável àqueles que não comungam nas suas ideas políticas, que eu não sei quais são.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso):— Já mais de uma vez o Sr. Costa Júnior tem formulado queixas contra o governador civil de Leiria, em resultado principalmente de mal entendidos entre o governador civil e o Partido Democrático.

O Partido Democrático afirma que o governador civil de Leiria tem o propósito de ser desagradável a esse partido e o governador civil afiança que tal propósito não existe.

O Sr. Silva Barreto referiu-se a casos passados em Ancião, casos que são já muito antigos e que foram já tratados por mim directamente com o Partido Democrático e o governador civil, além de alguns partidários do Governo que defendem a sua atitude, tendo-se chegado, em qualquer dos casos, a um acordo.

Pensei que, em vista das considerações que nesta casa do Parlamento tenho feito, a questão estivesse liquidada.

Vejo que não.

S. Exia referiu-se ao caso das amostras de açúcar.

Esse caso era absolutamente desconhecido por mim, mas. estou certo que casos de tal natureza se passam por todo o país.

Referiu-se depois S. Ex.a ao caso entre o governador civil de Leiria e o secretário.

Antes de mais nada, devo dizer a-V. Ex.a e à Câmara, que pelas informações que tenho a respeito do Sr. secreta--rio, eu lhe tributo a maior consideração.

Estou certo, porém, de que o Sr. se-< crétário de Leiria nesta questão se preci--pitou.