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Sessão de 20 de Junho de 1924

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dadé das pessoas que fazem parte dessa comissão, antes de sair para os seus afá-r zeres particulares, deu um bodo aos pobres do seu Ministério.

E, assim, (icomo podemos nós ter confiança na administração republicana, quando os Ministros das Finanças cometem actos destes?

A Companhia de Cal e Cimento não faz mais do que outras Companhias, como a dos Tabacos, a dos Eléctricos, que pon-. tificam, tendo os irmãos Ulrieh à frente.

São estes dois homens.que fizeram a plutocracia que entre nós manda.

Foi o Sr. Álvaro de Castro que esteve na revolução de Santarém e que pretendeu impor na administração pública o regime da moralidade.'

Assim, é preciso que S. Ex.a, então,; obrigasse ao cumprimento exacto das leis e não quisesse saber das imposições par tidárias.

S. Ex.a seria um , bom Presidente "de, Ministério, extra-partidário, mas partidário tem que modificar a sua opinião.

Agora mesmo dá-se o facto da nomeação do Sr. Oliveira e Silva para director da Casa da' Moeda. Ele que nunca foi um republicano, que antes foi' um monárquico, e que hoje dentro da República, não pode merecer a confiança, porque os seus actos a não inspiram.

Pois da alta burocracia financeira foi cair na Casa da Moeda.

Foi assim o Sr. Presidente do Ministério : dentro deste regime, que está exposto a mil e um perigos dos seus inimigos, buscar mais um destes que tem feito a resistência passiva, para ocupar um lugar de tanta importância.

Mas isto há-de acabar um dia.

Não sei quando virá a segunda República, mas nessa altura o Sr. Álvaro de Castro há-de ver a seu lado muitfo poucas dessas pessoas que S. Ex.a tem engrandecido, dessas pessoas muitas das quais nunca deveriam ser aceitas pelos Partidos organizados da República.

Sinto as minhas ilusões a desfazerem-se.

Desculpe-me a Câmara que eu tenha divagado um pouco, mas estas considerações vêm a propósito é eu quis aproveitar a ocasião.

Devem os Bancos ao Estado, deve a Companhia dos Tabacos, é favorecida a

Companhia da Moagem, que do Estado-republicano tem recebido altos favores. •*

Toda esta plutocracia é absolutamente patrocinada pelo Estado republicano e sem resultado para ele.

Impõem-se estas individualidades a todos os Grovernos, que são arrastados pelos cantos de rouxinol.

V. Ex.a compreende, que .eu não posso chamar ao regime ignominioso-; a situação actual é que eu acuso, ao regime não.

E V. Ex.a sabe muito bem porquê. •

Porque ou quero mais ao regime ré-" publicano do que a V. Éx.a . E ó por eu ser republicano, e é por.eu. querer uma república digna, administrada por homens republicanos, e como não consigo ver uma cousa dessas, ,e com. já perdi as esperanças de o Sr. Álvaro de Castro achar a incógnita deste graye'pro-blema. eu não posso deixar de dizer ia. V. Ex.a . . .

O Sr. Presidente: — V. Ex.a pediu a palavra para explicações, e eu tenho-O' deixado falar sobre todos os assuntos, mas estão mais oradores inscritos, e por isso pedia a V. Ex.a que resumisse as suas considerações.

O Orador: — Eu termino já, Sr. Presidente.

Somente quero dizer ao Sr. Ministro do Interior que nãcr há nos documentos que eu possuo, e que amanhã porei à disposição da Câmara,' um. único acto ou um único facto escrito que possa comprovar a desonestidade do Sr. Ministro de Instrução, ou ainda a cumplicidade do coronel Sr. Sá Cardoso, na falta de pagamento da contribuição que essa Companhia deve.

S. Ex.a disse qpie a falta de pagamento a que se referem as noticias dos jornais são anteriores à entrada do coronel Sr. Sá Cardoso para essa empresa.

S. Ex.a disse, e eu tenho o prazer de o-confirmar.

Não há portanto razão para o Sr. Ministro do Interior nos desacompanhar, e-de deixar o Governo, que está quási em terra, e até já por aí se diz que o homem vem de Paris para formar gabinete.