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Viário das Sessões ao Senado

pados, apresentar ao Sr.'Presidente do Ministério e a todos os Srs. Ministros a nossa respeitosa homenagem e dizer a S. Ex.a que ó pequeno o número de Senadores agrupados, por isso que não passa de cinco; mas, tam pequeno e tam pouco valioso como ó, esse concurso fica inteiramente à disposição do Governo. ' Estamos ao lado do Governo, porque estamos convencidos de que ele pode e há-ce satisfazer ao que neste momento reclama o país da sua acção.

Sr. Presidente : o nosso ilustre colega Sr. Ribeiro de Melo estranhou qae nas cadeiras do Poder se sentasse um Ministro independente, por isso que não fazia sentido que os independentes constituis-sem um partido.

Sem dúvida. Não há o Partido Independente, nem podia haver; o que há ó um agrupamento de parlamentares independentes que, conjugando a sua acção para um determinado fim, estão todas de acordo.

E, Sr. Presidente, isso não importa que cada um dos parlamentares indepen-tes perca a sua independência; pels contrário, todos a mantêm. Emquanto estão de acordo para um determinado ponto de vista formam o agrupamento para a defesa dos ideais, e nada mais.

Afirmou o Sr. Ribeiro de Melo cue os independentes propuseram Ministros ao Sr. Rodrigues Gaspar. Nada menos verdadeiro, Sr. Presidente. Não fizemos qualquer imposição. Muito pelo contrário. Declaramos ao Sr. Presidente da República que daríamos o nosso apoio ao novo Governo, e até a nossa colaboração, se fosse julgada necessária, ficando, nessa hipótese, o novo Presidente do Ministério com inteira liberdade de escolha do parlamentar que, fazendo parte do agrupamento dos independentes, S. Ex.a julgasse conveniente para a constituição do Ministério, ficando essa escolha apenas dependente da aceitação do convite por parte do parlamentar convidado.

Deveria dizer algumas palavras acerca do largo e brilhante discurso do nosso ilustre colega Sr. Ribeiro de Melo, mas S.Ex.a, qae começou o seu discurso mandando para a Mesa uma moção de desconfiança ao Governo, e que durante cerca de três horas procurou por todas as formas atacar o Governo, terminou por

uma forma que eu esperava que a sua última palavra fosse a apresentação duma moção de confiança ,ao mesmo. Governo.

Depois de ter, em conjunto, atacado todo p Governo, quando passou àquela parte que é o pim-pam-pum que se faz quando há a apresentação dos Governos, dirige a cada um dos Ministros um elogio, e que de todos fica esperando que a sua acção seja útil ao país.

Assim, ficou o Sr. Ribeiro de Melo de acordo com o seu partido, como lhe impunha a disciplina partidária, desaparecendo assim a rebeldia por S. Ex.a manifestada na sua moção, depois de o seu leáder ter manifestado apoio ao Governo.

O Sr. Ribeiro de Melo : — Filie-se V. Ex.a no Partido Republicano Português para então poder falar.

O Orador: — S. Ex.a está no seu direito de apresentar as moções que quiser. Mas, pertencendo a um partido que dá o seu apoio ao Governo, é que me não parece razoável que S. Ex.a apresente uma moção inteiramente oposta à atitude do seu partido para cora o Governo.

Vai já longo este debate, e eu não desejo de forma alguma protelar esta discussão.

Termino, assegurando ao novo Ministério o nosso apoio, convencido de que ele será sempre merecido, porque a acção de Governo da presidência do Sr. Rodri-ho.es Gaspar será benéfica para o país. '

O Sr. Ribeiro de Melo (para explicações}:—Estranha o Sr. Vicente Ramos o meu procedimento, quando S. Ex.a tem no mais alto culto o seu grau de independência partidária que por ser tam forte não resistiu às influências do período si-donista a cuja obra política S. Ex.a ofereceu todo o incondicional apoio e a mais cómoda obediência.

Mas um grau de independência não sofre jamais a menor alteração por que resiste e acompanha o período governamental que é de todo o ano.

Mas, com uma pertinácia já tornada doentia e ridícula, S. Ex.a fala em nome dos cinco independentes que existem na Câmara.