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Cessão, de 23 de Julho dç ÍQ24

meu nome pessoal, sem querer interpretar o sentir do Partido Eepublicano Português, por que aqui tem ele os seus lea-ders.

Bom é que se saiba que sempre falo como republicano e como cidadão português, o que não acontece a S. Ex.a que assumiu o encargo de falar, vestido de fraqtie, em nome dos cinco Srs. Senadores que se agrupam para dar Ministros e oferecer apoio aos Governos por mais heterogéneos que se nos apresentem.

S. Ex.a, parece-me, não tem a coragem de fazer as afirmações que sempre tenho feito aqui e em público e raso de que não quero nem nunca quis cousa de favor da República, porque nunca tive aspirações senão as que estão dentro da minha carreira ,de diplomata.

Ninguém será capaz de afirmar que eu tenha exercido qualquer comissão remunerada, oft pedido qualquer lugar estranho às minhas funções de carreira, e todas aquelas vezes que Ministros amigos se têm lembrado do meu nome para participar de uma comissão, eu tenho, invariavelmente, declarado que não a posso aceitar por uma questão fie princípios."

Nada tem, portanto, o Sr. Vicente "Ramo s com a minha atitude partidária e na sua qualidade de independente é a pessoa menos indicada para apreciar possíveis ou iniciginárias dissidências.

Filie-se S. Ex.a no Partido Republicano Português que eu sairei imediatamente.

Mas isso não faz S. Ex.a porque acha mais cómodo e vantíijoso ficar independente na Câmara do Senado para assim poder ser ouvido e ateiidido pelo Chefe do Estado, e ao olhar para 3- Ex.a, como"-o vejo de fraque, tenho a impressão de que o Governo do Sr. Rodrigues Gaspar já está moribundo e o Sr. Senador em traje de gala para ir à consulta aos lea-ders no Palácio das Necessidades.

Tenho dito.

O Sr. Costa Júnior: — Ao iniciar as considerações que vou fazer, em meu nome pessoal e sob única responsabilidade minha, começo por cumprimentar o meu velho amigo e correligionário, Sr. Rodrigues Gaspar, por quem tenho muito respeito e consideração, e este cumprimento torno-o extensivo a todos os membrps 4o Governo.

Sr. Presidente: tem-se falado ultimamente muito en} esquerdistas e eu desejo também marcar a minha posição, e, nada melhor do que um debate político para se fazerem declarações concretas e precisas.

Eu, Sr. Presidente, creio que tenho demonstrado toda a minha vida, não só por palavras mas por factos e actos, que desejo o Governo do povo para o povo e pelo povo.

Foi com essa intenção que me filiei no Partido Republicano Português, porque vi que era aquele que tinha o seu programa de governo de harmonia com o meu pensar.

Sr- Presidente: ultirnamente tem havido uma avalanche tal de esquerdistas, que receio que suceda o mesmo que sucedeu aos esquerdistas do 5 de Outubro, ou que do esquerdismp nos venha um Monsanto ou uma traulitânia.

Tenho visto esquerdistas de palavras desmentidos pelo seu temperamento. É preciso -que cada qual se colo.que no seu lugar, e que os seus actos não venham destruir as suas palavras.

POSSO falar assim, porque toda a minha vida tenho mostrado bem, pelos meus actos e pela política que tenho feito, que sou coerente.

Sr, Presidente de J^Iinistério: vou chamar a atenção de alguns colegas de V. Ex.a para assuntos que julgo de magna importância.

Começo por me dirigir ao meu velho amigo e condiscípulo, o Sr. Ministro do Trabalho.

Foi uma bela aquisição que V. Ex.a fez, não só pelo seu talento como pelos seus grandes conhecimentos, dando a pasta do Trabalho ao Sr. Xavier da Silva.

Mas ouso, como amigo de S. Ex.a e como Senador da República, chamar a sua atençEo para alguns serviços do seu Ministério, como sejam os seguros sociais, que não correspondem na prática ao que devem ser.

Existem actualmente repartições unicamente no nome, porque na'prática de nada servem, a não ser para colocação do respectivo pessoal.