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tiessão de 6 de Agosto de 1924

missão : é o laboratório onde se preparam os soros e as vacinas. ,

Todo o benefício, pois, tendente ao desenvolvimento desse laboratório merece o meu maior aplauso. Evitam-se muitas doenças pela aplicação dos soros e vaci-. nas, tanto mais que uns e outras são hoje difíceis de adquirir no- estrangeiro e na-^ quele laboratório já se preparam devida-' mente.

O mesmo não poderei dizer a respeito da Estação Zootécnica Nacional, que o Sr.Ministro deseja auxiliar.

A estação zootécnica parece^-me que se não deve manter com a organização que tem actualmente.

Essa organização, que alguns julgam uma cousa superior, é extremamente defeituosa.

Está em condições muito semelhantes à Estação de Ensaio de Máquinas, quere dizer, há em todo o País um único estabelecimento destinado a manter reprodutores principalmente da raça cavalar que depois se distribuem por todo o País.

Ora5 Sr. Presidente, essa distribuição faz-se à custa do Estado, que paga os transportes, que são caríssimos, do animal reprodutor, para todas as partes do Paíss e paga ainda uma certa quantia para compra de alimentos para o gado.

E o que é ainda mais curioso _é que a distribuição desse gado reprodutor se íaz sempre ou quási sempre a indivíduos que não merecem a protecção do Estado.

Se V. Ex.a passar pelos olhos a relação que já está publicada no Diário do Governo, dos lavradores a quem são distribuídos esses reprodutores, V. Ex.a encontrará tudo quanto há de mais rico na lavoura nacional, como Palha Blanco, Barahona, que vem explorar o Estado, aproveitando os reprodutores, para depois, passados dois ou três meses, os entregar ao Estado.

V. Ex.a compreende o defeito desta ^ organização, tudo centralizado num único estabelecimento e esse estabelecimento a pagar despesas de transporte de gado e dos funcionários que o acompanham.

Pois justamente por virtude desse defeito é que os defensores do Estação Zootécnica Nacional, quando encontram um Ministro, principalmente, uin Ministro qne pela primeira vez, vai sobraçar a pasta do Comércio, fazem todos os esforços, e

naturalmente V. Ex.a já terá esse convite,. para levar o Ministro àquela estação nacional.

Levam-no lá, primeiro que tudo, para o '' deslumbrar, e efectivam ente o Ministro desprevenido tem uma impressão deslumbrante, em segundo lugar para pedir dinheiro para cobrir as deficiências e dizendo sempre aos Ministros que aquele estabelecimento é o primeiro da península; não há nenhum estabelecimento daquela natureza na península que se lhe aproxime.

Efectivamente acredito, mas se é o primeiro da península, não é menos verdade que quando queremos obter reprodutores para melhorar as raças vamos comprá--los à outra parte da península que desejaria ter uma instituição tam perfeita,

O Sr. Ministro encontra ali cem ou duzentos cavalos reprodutores, em geral garbosos, porque, tirados aqueles três meses em que desempenham a sua missão, voltam para os estábulos à boa vida, irritados por não fazerem nada.

Chega o Sr. Ministro e mandam buscar seis ou oito exemplares desses que vão para o picadeiro, e o Sr. Ministro fica fascinado, mas iludido.

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^O que faz o Sr. Palha Blanco com os seus touros não poderia fazer cousa simi-Ihante com os seus cavalos ? £ O Sr. Emílio Infante não poderia fazer o mesmo com os seus equídeos? Não o fazem porque o Estado lhes diz : «Em querendo um • cavalo reprodutor venha cá buscá-lo. Se um não chega leve dois ou três, que o Estado os alimentará no tempo em que não precisar deles».

Chamo também para isso a atenção do Sr. Ministro da Agricultura. Modificando este regime, St Ex.a porá a estação zootécnica em desafogo económico; colocada há em condições de absoluta independência dos orçamentos do Estado, desde que continue usufruindo a bela propriedade que usufrui, cuja área anda por 390 hectares de terreno excelente para pastagens e cultura cerealífera. Posta hoje em praça aquela propriedade, não seria difícil encontrar quem desse por ela 3:000 contos.