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Sessão de 6 de Agosto de 1924

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Se estabelecêssemos a média nacionald e sete sementes, encontraríamos uma produção de 35:000 moios.

Ô preço do moio é já superior a l conto, e assim uma produção de trigo naquelas condições era de um valor superior a 35:000 .contos.

Simplesmente, não vejo onde possam estar esses 35:000 moios, e era ocasião de o Sr. Ministro da Agricultura, pelas estações competentes, verificar onde é que estão esses moios e requisitá-los desde logo para o Ministério, porque constituíam uma reserva para obstar a certos manejos.

E eu, que sou contra as requisições, não acusaria o Sr. Ministro de o fazer, porque essa produção fora devida a benefícios que o Estado tinha tido com particulares para arrotearem esses tratos de terrenos.

Julgo o assunto tam importante, que nem sequer hesitaria em dizer ao Sr. Ministro que encarregasse alguém competente e de confiança de percorrer todas essas propriedades beneficiadas pelo Fundo Agrícola e que fizesse o arrolamento da produção provável.

S. Ex.a viria aqui dizer que o Fundo de Fomento Agrícola cumprira a sua missão, e eu responderia que mais dinheiro se lhe distribuísse. ,

E a distribuição de 210 máquinas? Traz-me à lembrança um outro organismo do Ministério, a chamada estação de ensaios de maquinismos, que constitui uma secção autónoma dentro de uma estação agrária autónoma, dentro de uma direcção geral autónoma.

Pareceria que esta estação teria uma certa missão importante a cumprir, estudar os diferentes maquinismos aplicados aos diversos trabalhos de lavoura, ou quais os que melhores resultados dariam nas nossas condições,, fazer uma selecção, e adoptar aqueles que com maior vantagem, facilidade e economia, rasgassem a terra, ceifassem uma seara de trigo3 e a debulhassem.

Não conheço até hoje nenhuma experiência feita em qualquer destes sentidos, por essa estação.

No emtanto, já tem alguns anos de existência.

Foi também uma criação sidonista.

Porque nada produzia neste sentido, deu-se-lhe uma nova atribuição que foi

aquela de, distribuir pelos diferentes Ia vradores e sindicatos as diversas máqui nas compradas pelo Estado.

Suponho que é uma missão de qualquer empregado de escritório. v A máquina A para o lavrador A, a máquina B para o lavrador B, e assim sucessivamente. Acho uma missão humilhante de mais para uma repartição desta natureza, tanto mais que esse organismo já conta com um estado maior. Tem um director, tem um chefe de repartição, tem amanuenses, tem dactilógrafas, tem os seus escritórios, tem os seus gabinetes muito bem montados, onde se deve sentir certo prazer em trabalhar.

Simplesmente, o que não tem é os campos para experimentar as máquinas, não tem os campos para ir ensinar -aquilo que tanto necessitamos, que é ensinar os operários a trabalhar com essas máquinas, para irem amanhã auxiliar os lavradores a manejá-las.

O Sr. Costa Júnior (aparte]: — Mas o director tem um automóvel.

O Orador: — Não sei se o director tem automóvel ou não.

Sr. Presidente: Continuando direi quê temos ainda a acrescentar outra circunstância, é que todas essas máquinas que custaram certamente milhares de contos ao Estado, têm de reunir-se aqui em Lisboa periodicamente quando são importadas, para depois irem daqui à custa do Estado trabalhar no Alentejo, no Algarve ou Trás-os-Montes, em todas as províncias, acompanhadas em geral por funcionários, funcionários que têm a sua colocação em Lisboa e que se deslocam até ao fim de Trás-os-Montes, com as respectivas despesas de transporte e ajudas de custo, para fazer trabalhar uma charrua, auto-motora, sem sequer dizerem a forma como ela funciona.