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Diário âtís Sessões do Senado

são também vítimas do desleixo e da incúria do Ministro das Colónias. Alsgue--se o que se quiser. Os funcionários do ultramar não podem assacar-ihos a culpa dó não terem as colónias onde servem o rendimento necessário para cobrir a3 suas despesas, e assim também não podem, nem devem sofrer as consequências d§s&e déficit.

Infelizmente, posso afirmar que muitas vezes os funcionários do ultramar, vendo-se abandonados por todos os altos funcionários do Ministério das Colónias, não sabem se hão-de queixar-K3, ou pedir providências aos contínuos desse íiinis-tério. Isto chega a ser inacreditável, mas é am facto, que a ninguém é dado contestar eoin verdade.

Na vida só há uma cousa que não tem remédio : a morte !

Para que tal estado de cousas ternii-nassej bastaria que o Sr. Ministro das Colónias abrisse um crédito no Ministério das Fictaaças, para acudir às necessidades das províncias ultramarinas quando estas não tenham recursos r/tra píigíir aos seus empregados ein qualquer situação na metrópole.

Abrem-se créditos para inúteis 0 improfícuas vkgens de Altos Comissários e de governadores; para festejos o aparatosas recepções que nada interessam, nein ao país, nem às colónias quando primeiramente se deveria acudir às imperiosas necesidades locais e do funcionalismo, porque, sem .que a máquina administrativa funcione regularmente, não é possível que a marcha dos negócios públicos corra corno é mester.

Sr. Ministro das Colónias: V, Ex.a há muitos anos conhece algumas das nossas colónias. Viveu numa colónia rica, mas não sabe talvez o que se passa na costa ocidental, não conhece a sua penúria. Aí paga-se com notas falsas, falsíssimas do Banco Ultramarino!

Há pouco tempo um funcionário veio duma província com cerca de doze contos, produto di:s suas economias ds muitos anos de trabalho, assíduo e árduo. Pois disseram-lhe: As puas notas não valem nada! E de facto, de nada lhe têm valido, porque até hoje não conseguiu trocar uma única nota.

De modo cue o desgraçado que traz assim o produto das suas economias, vem

aqui para Lisboa pecir esmola; tem de ir mendigar as sopas para casa dos amigos, ou pedir-lhes alguna escudot», para acudir às suas necessidades, bem como às de sua família.

Tal situação não pode continuar, e estou carto de que, o Sr., Ministro das Colónias, atenderá estas reclamações, que são justíssimas e verdadeiras, como S. Ex.a facilmente pode verificar.

Não sou atingido; já o fui como fun-cionáriu colonial que tenho a honra de ser, mas nunca mais o serei, porque nunca mais consentirei em que me explorem por forma tão revoltante.

Tenho dito-

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Colónias: — (Bulhão Pato) Serei breve nas miahas respostas porque a hora vai adiantada.

Começarei por responder ao Sr. Costa Júnior, que realmente o assunto que versou interessa a todos nós, e muito antes de S. Ex.a o ter tratado já eu o tinha le-vaatado, no tempo em que era Ministro da Agricultura o Sr. Navarro, por causa das falsificações que se estavam dando, principalmente no azeite.

Em toda a parte se estabelecem sanções pesadíssimas para os f.tlsificadores de géneros, mas entre -nós essas maltas são muito pequenas, e conduzem, até elas próprias, à falsificação-

O Sr. Costa Júnior:—Apoiado.

O Orador: — No emtanto vou transmitir ao Sr. Ministro da Agricultura as palavras de S, Ex.a Estou certo que S. Ex.a dará as necessárias providências.

Quanto à proibição da' exportação para as Colónias, não concordo com isso; para mim não há colónias, há uma Nação de aquém e além-mar povoada de entes que amam tanto a sua Pátria como nós.

Apoiados.

Entendo que se deve fazer a exportação dentre- dos limites das necessidades das colónias.

Apoiados.

Podemos saber quais são essas necessidades. A Comissão de Subsistências regulará o assunto-