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Diário das Sessões do Senado

quer o da importação, quer o da exportação.

Fui lá também lançar um imposto de 10$00 em cada despacho alfandegário, , quer de exportação quer de importação, que hoje em dia é menos do que aquilo que se paga ao carregador para ir fazer o despacho.

• Eu fui tam pequeno, tam mesquinho, que tudo isto somado daria, quando muito, entre 6:000 e 7:000 contos.

E eu com o fundo de fomento agrícola, com uma receita garantida de 6:000 contos por ano, podia em meio século realizar o problema da transformação económica do país.

Lembre-se 'V. Ex.a, Sr. Lima Alves, que 6:000 contos eram uma anuidade de juro e amortização em 25 anos dum capital de 60:000 contos, e apesar de tudo hoje ser pesado a ouro, com 50:000 contos em 25 anos ou sejam 120:000 contos em 50 anos, eu podia de facto, de verdade, mudar a face dos acontecimentos no campo agrícola.'

V. Ex.a não quere, mas um Ministro da Kepública tem de se libertar das funções de despachar o expediente para. tratar -a sério dos assuntos fundamentais da pasta que dirige.

Apoiados.

V. Ex.a diz: — a junta de fomento agrícola tinha pela sua lei orgânica de publicar os balancetes trimestralmente e nunca os publicou.

Eu tenho os seguintes:

Leu.

De maneira que por aqui se vê que os balancetes estão todos no Diário do Go-vêrno e as contas de gerência aprovadas, como manda a lei, pelo Conselho Superior de Finanças, e V. Ex.a tem-os aqui ao seu dispor.

Agora se V. Ex.a me disser que as verbas da Junia de Fomento Agrícola são exageradas, eu concordo, e prometo fazer qualquer cousa que determine a aplicação dessas verbas.

Uma das verjbas que sofreu uma crítica mais acerba da parte do Sr. Lima Alves íoi a do célebre caso do engenheiro inglês.

Pelo pouco que eu conheço dos assuntos agrícolas e da intensidade que tem sido dada pelas academias, pelas associações, e. pelos institutos a esses assuntos,

eu verifiquei sempre que o problema agrícola, em Portugal, é o problema da hidráulica agrícola.

Bem ou mal organizada, a estação agrária central mantém uma estação de hidráulica agrícola.

Através dessa estação, começou a fazer-se alguma cousa no campo da actividade.

Havia ante-projectos, havia memórias fecundas e laboriosas, mas ante-projectos 'e projectos detalhados que pudessem concorrer para se entrar imediatamente na sua execução não havia nem há nada.

E assim verificou-se, numa determinada altura, que era conveniente vir a Portugal uma alta autoridade no assunto, para que ela indicasse uma directiva geral de um procedimento a tomar. E não houve favoritismo. Neste caso deferido eu, aqui e em toda a parte, os funcionários que'intervieram no assunto.

Em 26 de Março de 1924 dirigia-se a Direcção Geral do Ensino Agrícola ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que, por intermédio da nossa Legação em Londres, averiguasse se haveria em Inglaterra um técnico de reconhecido valor que pudesse vir a Portugal fazer um reconhecimento sobre hidráulica agrícola.

Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros dizia, em 15 de Março de 1924:

Leu.

E em 2 de Aril de 1924 era respondido o seguinte:

Leu.

Já S. Ex.a vê que não foi o Ministério da Agricultura que procurou o engenheiro inglês, mas sim o Ministério dos Negócios Estrangeiros que foi encarregado, através da nossa Legação em Londres, de fazer um contrato com uma pessoa especializada no assunto.