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Sessão de 12 de Agosto de 1924

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Ora, pregunto eu: ^Uma pessoa desta categoria, e inglesa, podia vir a Portugal vencendo menos do que aquilo por que foi contratada? Não vinha.

Essa remuneração é considerada por todos como uma remuneração modestíssima. E digo modestíssima, porque, quando toi do centenário da independência do Brazil, foi publicada uma revista intitulada A Nação, escrita em todas as línguas, em que se diz o seguinte:

Leu.

A quantia é modestíssima, porque para o Pará foi um engenheiro inglês ganhar 50 libras por dia.

,2 Quem pagou os transportes e automóveis, quem paga as viaturas? — Pre-gunta o ilustre Senador.

Tenho a dizer: — Não pagou ninguém; foram os lavradores e outras pessoas da região que custearam as despesas.

Também S. Ex.a disse que um funcionário — e eu sei a que funcionário se referia — tinha recebido ajudas de custo.

A isso oponho o mais terminante desmentido.

. Disse • ainda o ilustre Senador que foi um desvario gastar-se tanto e tanto dinheiro e que eu já tinha sido consultado para que o engenheiro venha a Portugal.

É certo que eu disse: —Venha, venha quanto antes.

Ficou tam entusiasmado o Sr. engenheiro Macdonald, que chegado a Lon-rés fez publicações nas revistas da especialidade tam interessantes e de tal maneira que, pelo que essa propaganda representa em face dos capitais ingleses que podem ser chamados ao nosso país, — ela vale muito mais que todas as libras que nós lhe demos.

Nos seus relatórios há referência aos canais de irrigação de Santarém, de Vila Franca, Ganha, Vale do Mondego, Baixo Guadiana, região do Fundão, etc., sempre, é claro, com o aspecto dum reconhecimento rápido e expedito.

Reconheço que se deve continuar esta obra e declarei, pois, que viesse o engenheiro, soara chegarmos a alguma cousa de pratico e abandonarmos as palavras.

Também o ilustre Senador se referiu à estação de ensaio de máquinas agrícolas. Esta estação não pode ser aquilo que S. Ex.a> diz. Ali não se fornece trabalho de ninguém que não seja pago por quem.

o recebe. Essa estação vive só à custa das suas receitas.

,; Quem é que instruiu em Portugal os condutores de 210 máquinas mecânicas?

Foram os mecânicos da Estação de Ensaio de Máquinas.

Diz V. Ex.a, mas foram trabalhar a Montalegre, que fica nos confins de Trás- ' -os-Montes.

Se lá foram foi para empregar qualquer máquina.

Eu vi trabalhar as charruas em Coimbra; eu sei que lavraram as terras duras do Ribatejo, eu sei que elas têm ido trabalhar a muita parte.

Evidentemente que têm de ir lavrar todas essas regiões e, evidentemente, que tem de se gastar muito dinheiro.

Com certeza que V. Ex.a não as quere para que elas estejam no stand do campo de ensaio de máquinas.

Se assim não fosse nós não tínhamos realizado a função que ao Ministério da Agricultura compete, função de orientação daquele -Ministério, à qual V. Ex.a me parece absolutamente estranho.

,1 Pois então não é razoável,'não é necessário fazer-se uma propaganda dos melhores processos?

E como se faz essa propaganda, se não indo aos centros onde uma, duas e três vezes se experimentem as máquinas, visto que a rotina das massas populares não lhes deixa perceber a vantagem dessas máquinas.

A este propósito devo dizer também que os serviços de ensaio de máquinas são pagos por quem os recebe.

Sobre os Abastecimentos concordou S. Ex.a que realmente os serviços estão mal.

E estão inal porque estão divididos por uma quantidade enorme de organismos, como são a Manutenção Militar, a Direcção Técnica do Comércio Agrícola (Leu}. e todos estes órgãos estão interferindo no mesmo, assunto, e isto é a causa de perturbações graves.

Hei-de fazer aquilo que puder.

Poupou V. Ex.a à sua crítica e até dirigiu palavras elogiosas aos serviços florestais e agrícolas.