O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 12 de Agosto de

19

sáveis eram grandes. S. Ex.a aludiu em primeiro lugar à instalação desafogada em Sintra.

Ora, S. Ex.a devia ser o primeiro a concordar que ha veria-imensa dificuldade em fazer voltar as cousas à antiga situação. Essa escola têm hoje instalações para o internato, laboratórios e está modelar-mente armada, como S. Ex.a reconheceu, tambóm no que respeita a estábulos, otc., que não encontraria na sua'antiga instalação.

Estando instalados outros serviços que pertencem ao Ministério da Guerra, hoje já não há possibilidade da escola se instalar nas proximidades >çle Sintra.

E não queira V. Ex.a ver aqui qualquer apego à minha qualidade de Deputado por Coimbra.

Coimbra estima muito a sua Escola do Agricultura, mas ela está instalada nos seus subúrbios; a economia da cidade pouca aproveita com a sua estada lá, e não é motivo das minhas considerações a qualidade de interessado no desenvolvimento e progresso de Coimbra.

V. Ex.a não deve fundamentar-se na falta de terrenos onde se possa fazer a grande experimentação de máquinas agrícolas, culturas em grande, porque a Escola tendo alguma cousa poderia usar terrenos que os proprietários lhe facultariam. V. Ex.a tem de fundamentar as insuficiências que notou na falta de dotações, próprias, porque são absolutamente insignificantes, quási irrisórias

Na última reforma feita nesta Escola talvez V. Ex.a pudesse encontrar motivos de menos deferência porque não concordo inteiramente com ela.

Antigamente, até a reforma de 1919, -creio eu, a escola formava os regentes agrícolas; era uma escola técnica.

Hoje foi estabelecido um curso que eu cão sei bem classificar dentro da terminologia profissional agrícola, é uma escola que faz um curso secundário de instrução geral como os liceus, tendo apensas umas cadeiras técnicas quê lhe dão uma característica agrícola e devemos portanto encontrar o bom termo para a sua classificação chamando-lhe Liceu Agrícola.

Não me horroriza o termo, porque desde há muito defendo a idea de que os liceus portugueses não deviam todos eles corresponder a um plano único para todo o

País; nós devíamos abandonar o critério clássico que orienta os liceus correspondendo ao estabelecimento de instrução geral literária e scientífica que se destina à classe média.

Foram assim estabelecidos nos primeiros tempos, da Kevolução Francesa e nós ainda mantemos essa classificação, tendo subsidiariamente a'função de preparar pa-.ra o ingresso, dos cursos superiores.

As modalidades diferentes que apresenta o nosso País, sob o ponto de vista económico, deve dar a cada liceu um fácies apropriado, facilmente adaptável às necessidades locais, e fazendo ingressar neles a generalidade dos cidadãos portugueses. *

Não vejo, com imensa pena, que a Escola Nacional de Coimbra tenha enveredado por esse caminho e de facto seja um Liceu Agrícola.

Mas por um lado esta organização garantiu-lhe a frequência que tinha perdido, 120 alunos, e mais teria se o seu internato tivesse capacidade para receber mais alunos.

O que fazer?

O Ministério da Agricultura; não pode aumentar-lhe as instalações; no que diz respeito a terrenos eles são hoje caríssimos; os terrenos de Coimbra cobrem-se hoje a notas, e nós estamos absolutamente falhos de meios financeiros para fazer isso.

O que podemos fazer é interessares proprietários de Coimbra no progresso da Escola, de forma que lhes 'facultem os seus terrenos para que os alunos, orientados por professores da especialidade, saiam com os conhecimentos técnicos necessários, e que IKes faltam neste momento.

V. Ex.a atacou depois a idea expressa por mim no relatório de que nós temos escolas técnicas suficientes.

Como nós temos de entrar em linha de conta para determinar a suficiência ou insuficiência das escolas agrícolas com a extensão territorial do País, não há dificuldade em demonstrar que nós temos, comparadamente, tantas escolas agrícolas como os países que tratam ^ a fundo do problema agrário, como por exemplo a França, a Espanha, e mesmo a América do-Norte.