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Diário das Sessões do Senado

Não me consta que o Sr» Rego Chaves seja accionista...

Vozes:—É ele mesmo que o declara.

O Sr. Tomás de Vilhena:—Ele diz qae entrou com a importância de onze centos para uma sociedade industrial e agrícola.

O Orador:—Onze contos é realmente uma importância . . .

O Sr. Silva Barreto : — Não se trata da importância, trata-se do significado moral. Apoiados.

O Orador:—Não estou no momento habilitado a prestar qualquer esclarecimento ao Senado.

Tenho o Sr. Eêgo Chaves na conta de pessoa idónea.

A minha proposta apresentei-a livremente, sem combinações que não pcsso nem devo ter, de acordo com o Ministério e com o Directório do meu Partido.

Nada mais posso dizer.

O orador não reviu,

O Sr. Ribeiro de Melo:—Por mais serenidade que eu possa pôr nas minhas palavras, declaro a V. Ex.a que í d vez não me seja possível reprimir um frémito de indignação.

O Sr. Ministro das Colónias^ pelas declarações que fez, vê-se que não tinha conhecimento da carta escrita pelo Sr. Eôgo Chaves e publicada no jornal O Mundo.

Assunto de tam alta importância como aquele que se está discutindo neste momento já foi discutido na imprensa do nosso país. Uma vez, o Sr. Cunha Leal levantou a questão do «baixo» comissa-t riado de Angola, e o Sr. Eêgo Chaves, que era candidato, desistiu às 2 horas da madrugada do dia em que o Governo tinha de indicar a pessoa a nomear para o alto comissariado.

Pois bem: é o Sr. Eêgo Chaves, que S. Ex.a diz que é um hábil engenheiro e um homem de bem, que não pode ser nomeado alto comissário, uma vez que o impede a lei dos altos comissários.

É o próprio Sr. Eêgo Chaves, que a quem o quere ler, o diz ele na sua carta de 19 de Janeiro, explicando a razão por que deixou de ser candidato ao alto lugar de alto comissário.

^Como ó possível que o Sr- Ministro das Colónias tivesse ignorado essa carta, como é possível que no seu gabinete nenhum dos seus secretários tivesse recortado essa carta, como é possível que o Sr. Ministro das Colónias esteja ainda satisfeito com o seu chefe de Gabinete, com os secretários, que não lhe levam ao conhecimento assuntoís como este, da mais itlta importância?

^Como é possível que a memória do Sr. Bulhão Pato, comparsa inocente no que fez o Sr. Presidente do Ministério, Eodrigues Gaspar, d3pois de conversas tidas e havidas com o Sr. Rego Chaves, tenha o poder oculto que tem, como se isto fosse uma cousa republicana e patriótica e não uma obra do Fausto, não d.aqu?le que é cantado em S. Carlos, mas daquele grande trunfo da Nação Portu-guesa, que tudo pode?

Artes mágicas foram estas que levaram o Sr, Ministro das Colónias a trazer ao Senado uma nomeação que não cuidou com todo o carinho, com todo o desvelo patriótico que honrasse o seu nome e o lagar que ocupa de Ministro das Colónias, sabendo de certeza que esse nome iria levantar protestos da opinião pública, porque está implicado no célebre caso dos 40:000 libras.

l Então; o Sr. Bulhão Pato, qae é Senador deste lado da Câmara, .que sabe muito bem que o Sr. Francisco da Cunha Eêgo Chaves está implicado nesse caso célebre, sabe que ele pertence a uma companhia agrícola de Angola, e S. Ex.a atreve-se a vir aqui com essa proposta de nomeação do Sr. Eêgo Chaves?