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Diário ãaa Sessões do Senado

Á. Câmara que o julgue como ontender, que eu sei o caminho que tenho a seguir.

Considero o Sr. Rego .Chaves um homem idóneo para o desempenho do lugar. E um engenheiro distinto, um homem de bem, e para o provar basta dizer que, sendo um homem dos mais ilustres do nosso País como técnico, parlamentar e administrador, ainda hoje é um homem pobre.

Quanto ao artigo publicado no 'Mundo, eu podia dizer que não era obrigado a Jer os artigos dos jornais, e de facto não li. Mas alguma cousa me soou, e no emtarito fiz a proposta porque estava convencido de que esses pequenos interesses, não são interesses materiais que mereçam grande consideração.

Apartes.

O Orador s — Podia ter havido entendimentos, inas nunca combinações que não fossem honestas.

Apoiados.

Eu podia ter cometido um êrror mas nunca uma mentira, nem uma vilania.

Apoiados.

Se cometi um erro e se S. Ex.," ao pode prosar, eu deixarei estas cadeiras. S. Ex.a engatou nesta questão outra questão política, que não vem para aqui.

Quero referir-me à questão das 400:000 libras, que não ennegrece ninguém.

Se fôssemos a .condenar todos os parlamentares por erros de administração, talvez que ninguém pudesse ioje estar sentado aqui ou nessas cadeiras.

Não há ninguém que não pratique erros, e na política esses erros são fáceis de cometer.

A política não é como a matemática.

Apartes.

Afirmo que a responsabilidade desta nomeação é minha e só minha, afirmo que considero o Sr. Eêgo Chaves côa o um homem, honesto e uma criatura idónea para exercer este cargo, afirmo que no momento de fazer a proposta estava convencido de que o Sr. Kêgo Chaves n£o tinha interesses, nem materiais nem morais, em Angola.

O orador não reviu.

O Sr. Machado Serpa: — Sr. Presidente: do alto dessa cadeira, com a responsabilidade inerente desse alto cargo, V. Ex.a,

uma das altas figuras representativas da República, (Muitos apoiados) afirmou, ao amiaciar-se o resultado do escrutínio, que considerava inconstitucional a indicação apresentada pelo Governo à votação do Secado.

Deixe-me V.. Ex.a dizer, com todo o respeito que eu devo a quem se senta nessa cadeira, que não foi bem encaminhada a questão.

Se V. Ex.a considerava inconstitucional a indicação do Governo, não a devia ter submetido à aprovação da Câmara — é do Regimento— «O Presidente da Câmara não pode pôr à discussão do Senado questões inconstitucionais, sobretudo quando ele assim as reputa e considera».

O Sr. Júlio Ribeiro (interrompendo): — Foi só depois da votação que S. Ex.a teve conhecimento da carta.

: —Muito bem.

De manoira que o Governo trouxe a esta Câmara a indicação de um nome para que ela sé pronunciasse sobre ele, o isto é uma das poucas regalias que a Constituição concede ao Senado; justo é qae ele a zele.

Procedeu-se à eleição sem estar presente o Sr. Ministro das Colónias, e foi pena, porque S. Ex.a podia ter antecipado as suas divagações, no sentido de orientar a Câmara.

Procedeu-se à eleição © deu o escrutínio o resultado de vinte bolas brancas contra dez bolas pretas.

E eu, £ votei a favor ou contra?

Não o digo,, porque não sou -obrigado a dizê-lo. e em segundo lugar porque, talvez, em rigor, eu não possa dizê Io, desde que a votação foi por escrutínio secreto.

Mas votasse a favor eu votasse contra, — e não serei eu que divulgarei o segredo da votação— votei porque o Regimento raie manda votar.

Depois, começaram alguns Srs. Senadores a pedir a palavra sob a rubrica, agora muito usada no Parlamento, de pedir r'a palavra «para explicações».