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Diário dai Sessões ao Senado

O Sr. Veiga Simões é acusado de certos factos. A acusação está a desenvolver-se. Finda ela, e nos termos do regulamento dos funcionários públicos, o acusado, quando lhe for entregue o auto de acusação, terá então ocasião de por escrito fazer a sua defesa cabal e amplamente.

Fez ainda S. Ex.a outra pregunta que peço para repetir visto que anão ouvi bem.

O Sr. Procópio de Freitas:—Preguntei se o Sr. Yeiga Simões manifestou desejo de vir a Lisboa defender-se das ccusações feitas, e se lhe foi negada a autorização para isso.

O Orador: — Em resposta a essa pregunta, cumpre-me dizer que o Sr. Veiga Simões mandou um telegrama ao Ministério dos Negócios Estrangeiros dizendo constar-lho que estavam sendo feitas acusações à sua pessoa e a actos da sua gerência e que esperava que o Ministro dos Negócios Estrangeiros o pusesse imediatamente ao corrente a fim de poder destruir todas as acusações que lhe fossem feitas o

Kespondi a S. Ex.a que estivesse descansado, çue a ele, como a qualquer outro funcionário do meu Ministério, todas as facilidades lhe seriam dadas oportunamente para produzir a sua defesa.

O que lhe foi negado, foi a vinda a Lisboa na ocasião em que a desejava, e não a sua vinda na ocasião oportuna para sua defesa.

O orador não reviu.

O Sr. Frocópio de Freitas: — Achava natural que, tendo-se feito uma acusação a nma pessoa que naquele lugar está, se comunicassem imediatamente a essa pessoa tais acusações.

Ele dirk da sua justiça, e se não fossem suficientes as suas declarações para provar a inanidade das acusações, então levantava-se-lhe um auto.

Estou habituado ao foro militar em que é ouvido primeiramente o presumido delinquente, para depois se seguir o processo;

O orador não reviu.

O Sr. Querubim Guimarães: — Agradeço ao Sr. Ministro as suas informações.

Não me satisfizeram quanto ao Sr. Norton de Matos.

Lamento que ao sentimento do Sr. Ministro dos Estrangeiros não chegue o amor hostil que se levanta em roda da personalidade do Sr. Norton de Matos.

Se em Londres, o Sr. Norton de Matos vive numa atmosfera de simpatia e de respeito, isso será devido somente àquela cortesia que têm os países uns para com ou outros, tal como nas nossas casas somos obrigados a ser corteses para pessoas que consideramos indesejáveis.

£ Depois desta vergonhosa publicidade que tem havido em Portugal a respeito da administração em Angola, depois de terem sido protestadas variadíssimas letras com a assinatura e firma do Sr. Norton de Matos, é possível esse conceito que dizem ter pelo Sr. Norton do Matos?

Se em Portugal houvesse um Ministro de qualquer País que se encontrasse numa situação idêntica à do Sr. Norton de Matos, decerto que nos havíamos de rir particularmente, se não publicamente.

As palavras do Sr. Ministro dos Estrangeiros não estão à altura da gravidade do momento actual.

Mas, Sr. Presidente, nem o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros nem nenhum membro do Governo podem produzir argumentos a favor do Sr. Norton de Matos que convençam a Câmara e o País, vindo-nos dizer que S. Ex.a está muito bem numa atmosfera de simpatia e carinho em Londres, porque dizendo isto faz afirmações contra a verdade e contra o próprio senso comum.

Tenho dito.

O orador não reviu. *

O Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros (Vitorln o Godinho)1.— Sr. Presidente : simplesmente não posso, em resposta às considerações feitas pelo ilustre Senador Sr. Querubim Guimarães, senão repetir o 'que há pouco disse.

O Sr. Querubim Guimarães (em àpar-te): — Infelizmente.

O Orador:—Mas porque é a expressão da verdade.