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tíesaão de 14 de Novembro de 1924

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Mas, S. Ex.a não me sossegou na outra parte: é que fica dependente de estudo por uma comissão a futura delimitação do sul de Angola, para se tornar definitiva essa delimitação.

Veja V. Ex.a e a Câmara como é melindrosa esta situação; isto pode desencadear um movimento de tal ordem e pode ocasionar um conflito tal que eu não quero de maneira nenhuma procurar prever.

Ao mesmo tempo que isto acontece, e que vem publicado nos jornais portugueses, um jornal belga fala acerca de quaisquer operações relativas às colónias portuguesas entrando em cálculo com o esforço e actividade alemã relativa a Moçambique.

Sr. Presidente: isto é- positivamente um ccmard jornalista ou como se costuma dizer em frase portuguesa, «um balão de ensaio», porque reconhece-se imediatamente nesta notícia um argumento que não vejo possibilidade de representar a verdade.

^ Corno é que a Inglaterra poderá admitir que o esforço e actividade alemã seja empregada em Moçambique?

,; Então ela não tem interesse em que essa colónia, se porventura nós tivéssemos a infelicidade de a perder, estivesse debaixo do seu domínio?

Muito embora assim seja, parece-me que isto não deixa de ter uma alta significação moral.

E, Sr. Presidente, continua-se apesar de tudo, do nosso esforço e do nosso sacrifício, a olhar para nós com aquele desprendimento de atenção e de carinho a que nós.tínhamos direito através de tanto e tanto tempo de colaboração, e através sobretudo do último e glorioso sacrifício que ,nós fizemos na guerra.

j É isto, Sr. Presidente, que me,atormenta !

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competência para levar ao fim esta obra de civilização que a história nos impõe?.

Isto tudo serve para justificar a minha asserção de há pouco, que pelo passado e pelo presente não deve continuar a estar em Londres .o Sr. Norton de Matos.

Entendo, Sr. Presidente, que por. maior que queira ser a solidariedade dos seus partidários, por maior que seja a situação, não digo de submissão, submissão ó impróprio dum homem digno, mas uma situação de favor, acho, repito, que não deve continuar a estar em Londres o Sr. Norton de Matos.

Não me parece que se deva continuar nesta situação.

Estou a ver o sorriso que há-de ir na faço glabra dos ingleses!

Sr. Presidente: a nossa situação de Angola desvendada tragicamente, como ontem foi feito pelo Alto Comissário Kêgo Chaves, com uma dívida que vai a mais de 3 milhões de libras, e com uma receita idealizada!

Julguei que o Sr. Norton de Matos era um homem prático, esse homem qae conseguiu pôr em pé de guerra os nossos soldados do forma a levantar bem alto o nome português; julguei que o Sr. Norton de Matos era um homem rude, frio; mas agora vejo que S. Ex.a sofre da mesma doença que todos nós sofremos, daquele sentimento de aventura que foi sempre peculiar aos portugueses.

Bem disse o Sr. Rodrigues Gaspar quando fez uma dissertação sobre aventureiros. '

Sr. Presidente: repito, depois dama situação destas não faz sentido que continue em Londres o Sr. Norton de Matos. Ê preciso que algum Ministro, dentro desta soberania que se enrola à volta do que é nosso, tenha autoridade para levantar o nome de Portugal e para protestar contra estes abusos; que, emfim, com aquela ponderação, com aquela prudência dum verdadeiro diplomata, se evitem estas situações angustiosas.