O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

8

Diário 'das Sessões do ^Senado

Mas, Sr, Presidente, o que se propalou pela imprensa, as notícias coD.frangodoras para o nosso brio e para a nessa própria dignidade, são de tal maneira de arrepiar, que imDõe "sem dúvida nenhuma uma solução rápida.

Sr. Presidente: estou muito habituado no nosso País, acerca de sindicâncias, a ver o seguinte: em 1.° lugar eternizarem --se as sindicâncias, em 2.u lugar, as sindicâncias não averiguarem cousa nenhuma, quando não dão o contrário daquilo que se esperava, um justo galardão para o sindicado. *

Sr. Presidente: se porventura as acusações que são íeitas ao nosso representante em Berlim são verdadeiras, se a sindicância as apurar iniludivelmente, fica esclarecida a situação e a acção do Sr, Ministro dos Estrangeiros, que não só pela sua personalidade, mas também para honrar o lugar que ocupa,'e o nosso País5 se impôs uma "acção enérgica..

Se porventura a sindicância que está a fazer-se não der aqueles resultados absolutamente claros e iniludíveis que impõem essa acção enérgica ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, pregunío :„ ^qual ó a situação em que fica o Sr. Veiga Simões perante Berlim, perante a Alemanha, perante o seu País ?

Vejamos. Não ó o facto de uma sindicância não ter dado resultado que iliba completamente a pessoa.

Além de que, gostaria que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros me informasse como fo: que chegaram ao seu conhecimento, até ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, tais factos.

,íSão porventura devidos à intervenção de dois secretários de delegação que participaram essa série de abusos escandalosos, ou foi o Ministério dos Negócios Estrangeiros que, pelas suas informações especiais, pelos serviços que deve ter bem montados de fiscalização aos subordinados, conseguiu realmente encontrar a possibi-dade de uma acção enérgica e decidida a respeito do nosso representante em Berlim?

Lembro-mo de ter tratado da situação do Sr. Veiga Simões, quando era Ministro dos Negócios Estrangeiros o Sr. Domingos Pereira, que deu sério incidente entre o.Sr. Veiga Simões e o Sr. Rendeiro.

Tive nessa ocasião de falar de ver-

dadeiros escândalos através das informações do Sr. Eendeiro. .

Não procurei S. Ex.a, nem S. Ex.a me procurou a mim propositadamente.

Conhecia-o há muito, tempo, ainda ele era estudante, pertence ao meu distrito, e por essa circunstância tive um conhecimento muito involuntário da minha parte dos factos que havia.

E descontando 50 por cento dessas acusações ainda ficava alguma cousa de repugnante na pessoa do Sr. Veiga Simões.

Mas o Sr. Domingos Pereira, ilustre Ministro dos Negócios Estrangeiros, objectou, em resposta., que-não se podia fazer eco de informações tendenciosas e que o Sr i Veiga Simões estava a coberto de va-riadíssimas dessas acusações.

Sai o Sr. Domingos Pereira do Ministério dos Negócios Estrangeiros e chega--se a uma situação nova, em que assume a gerência da pasta dos Estrangeiros o Sr. Vi.torino Guimarães. Surge então o escândalo.

£ E de • agora o caso que deu lugar à iniciativa de uma sindicância e.a possibi-libade de uma sanção a aplicar contra o procedimento escandaloso do nosso representante, ou já existia quando ainda estava gerindo a pasta dos Negócios Estrangeiros o Sr. Domingos Pereira?

Se ó muito de respeitar a dignidade individual de quem quer seja, é muito mais do respeitar e defender a dignidade de um povo que tem uma história grande atrás de si.

Por isso não pode passar sem protestos veementes mais este facíor de indisciplina, de desordem e de vergonha.

Não é qualquer despeito, má vontade, ou animosidade contra o Sr. Veiga Simões que me move.

Se as acusações que lhe são feitas não são verdadeiras, tenho muito prazer em que assim seja porque não gosto de ver ninguém, amigo, adversário ou indiferente, enlamear-se tão vergonhosamente e de forma a que desapareça o senso moral e o sentimento da dignidade própria.

Mas há uma outra cousa a preguntar ao Sr. ^Ministro dos Negócios Estrangeiros.

<_ p='p' que='que' a='a' nossa='nossa' se='se' em='em' encontra='encontra' é='é' qual='qual' berlim='berlim' situação='situação' representação='representação'>