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Diário dag Sessões do Senado

nas do velho Partido Eepublicano Português, come nas deste relatório,

E mais adiante vem: «autorizando o Governo a declarar o -comércio livre e a concorrência nos preços do mercado pela concorrência do Estado».

V. Ex.a vê quantos pontos de contacto há entro este relatório e a dec"ararac ministerial, e contudo eu doscclei-nio das respousabilidades financeiras de plano do Governo, apesar de se tratarem de propostas que hão-de ser discutidas no Parlamento e às quais eu darei :oda a minha colaboração, salvo o mea ponto de vista.

Isto que aqui está é mais palavra menos palavra, o que o Governo diz.

Pode faltar ao Governo o meu aploiso, mas tem o do Partido Nacionalista e dos seus correligionários.

Já vê V. Ex.a, Sr. Procópio de Freitas, que a minha afirmação não foi gratuita, o Governo pode inspirar-se nas ideas do Partido Radical, nas ideas do velho Partido Eepublicano Português, e pode ias'3Í-rar-se—já não era tam bem-visto que, a ter adoptado o projecto financeiro, também devia ter adoptado a parte económica do projecto—inspirar-se nas ideas do Sr. Cunha Leal.

Ò Sr. Afonso de Lemos (viterro-mpen-do):—,; Então porque ó que o Governo se chama esquerdista?

O Orador:—Não fica mal recorrer às ideas dos outros partidos, porque não é deprimindo os partidos contrários cue o nosso partido se levanta.

O Sr. Afonso de Lemos (interrompendo}:— Eu hei-de responder a Y. Ex.n em tempo oportuno.

O Orador: — Se V. Ex.a me quiser dar uma resposta honra-me muito com isso.

Portanto, Sr. Presidente, as ideas do Governo, é o que eu sustento. tanto podem inspirar-se nas ideas esquerdistas do Partido Eadical, como nas esquerdistas do Partido Eepublicano Português, como nas ideas do Sr. Cunha Leal, que eu nLo duvido que não seja esquerdista, porque ou afirmo e sustento que o esquerdismo ntio colide com a maior parte das caracterís-

ticas dos Partidos, e eu até já vi o ilustre leader c.o Partido Nacionalista, aqui no Senado, cuási que afirmar-se sindicalista.

O esquerdismo está um pouco por toda a parte, porque essas ideas que o Sr. Procópio de Freitas disse — defendendo os interesses do seu partido — que o Governo tinha ido colher ao seu programa tant:> estão no Partido Eepublicano Eadi-Cí-il como no Partido Eepublicano Português, e são também as ideas dum correligionário de valor do Sr. Afonso de Lemos, leòder e marechal do Partido Nacionalista.

G orador não reviu.

O Sr. Ferraz Chaves: — Sr. Presidente: pela mesma razão que o nosso ilustre colega general Sr. Eoberto Baptista se viu ibrçado a tomar parto no debate político, eu tenho de intervir também.

É porque, por circunstâncias políticas que não vêm ' ao caso, eu me encontro absolutamente isolado dos partidos, sem ter porta-voz, e assim me vejo forçado, sempre que se apresenta um Governo, a marcar perante ele a minha situação individual .

Sr. Presidente: só não acompanho o meu ilustre colega general Sr. Eoberto Baptista no exame que fez, atento e demorado, da declaração ministerial. E não o faço porque, já uma vez aqui o disse, as declarações ministeriais não representam para mim senão uma velharia inútil, a obediência a uma pragmática Parlamentar qae pode ser muito interessante, mas que não teo outro valor senão fazer, per der ao Parlamento e aos Ministros horas preciosas que se podiaia empregar em trabalhos mais úteis.

As declarações servem para cada um v:'r aqu: bordar considerações, e são, como se diz rio Hamlet, palavras, mais nada.

Porque, afinal, nem o Governo fica obrigado por nenhuma espécie de sanção a cuirprir aquilo que promete, nem tam pouco ele está isento da responsabilidade de não ligar a sua máxima atenção aos problemas a que se não tenha referido na declaração ministerial, mas que lhe apareçam para resolver.