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Sessão de 11 e 12 de Dezembro de 1924

fazia à lei n.° 1:663, pensando S. Ex.a que um parágrafo dum artigo dessa lei, a que se referia a proposta, eram umas certas autorizações concedidas ao Governo, o que depois se verificou não serem o que S. Ex.a supunha.

Sobre outras considerações que eu fiz, como a deste Governo e de outros, terem--se aproveitado ou influenciado pelo programa e manifestos do Partido Republi-cano Radical, S. Ex.a o Sr. Herculano Galhardo não provou o contrário, nem o podia provar.

Basta que S. Ex.a leia o programa do Partido Republicano Radical.

O Partido Republicano Radical aqui há tempos publicou um plano geral de reconstituição económica "e financeira do País.

Nessa ocasião, Sr. Presidente, teve o meu partido a coragem de di^er que a nossa crise financeira, embora fosse uma crise de despesas era fundamentalmente uma crise de receitas, e que era necessário aumentar as receitas, e depois é que o Governo entrou nesse caminho.

Aqui há pouco tempo num comício realizado pelo Partido Republicano Radical, um membro do Directório mostrou a conveniência de se converter os títulos da dívida pública em ouro à cotação e ao câmbio do dia.

Pode ser que fosse coincidência, Sr. Presidente.

Não fica mal a ninguém pôr em prática quaisquer medidas, embora sejam do programa de outros partidos políticos, desde que tenham um alcance patriótico.

Sr. Presidente: aproveito a ocasião de estar no uso da paíavra para me referir a um outro assunto, muito rapidamente, porque quando falei não tive ocasião de a ele fazer referência...

O Sr. Presidente (interrompendo):—V. Ex.a pediu à palavra para explicações...

O Orador: —Tem V. Ex.a razão Fico, portanto, por aqui nas minhas considerações.

O Sr. Herculano Galhardo : — Sr. Presidente: não esperava que o Sr. Pro-cópio de Freitas me pedisse a prova das minhas afirmações; mas eu posso sempre, e rapidamente, provar as afir-

mações que faço. O que eu não sabia ó que o ilustre representante do Partido Republicano Radical tinha ficado magoado pelo facto do Governo adoptar alguns pontos de vista do seu partido.

Sr. Presidente: também sou de opinião de S. Ex.a de que não fica mal a ninguém adoptar pontos de vista de outros partidos desde que esses pontos de vista sejam úteis para o País.

Supus, Sr. Presidente, que o Partido Radical estava magoado pelo facto do presidente dum Governo Democrático estar a colher meios de vida no programa desse partido.

Mas, Sr. Presidente, S. Ex.a está a dizer que não foi esse o seu pensamento e, basta dizê-lo, para o acreditar.

Pediu S. Ex.a, repito, a prova das afirmações que fiz. Ouça então S. Ex.a:

Tenho aqui presente o relatório que é interessante, feito por pessoas muito competentes, que conclui por um programa, o mais complexo que tenho visto.

Poderei, porventura, não aceitar os"pon-tos de vista do relatório, mas tenho de prestar a minha inteira homenagem ao talento e sciência com que o relatório está feito.

Neste relatório, que é, efectivamente, um programa de regeneração económico--financeira, existe uma parte financeira.

Essa parte financeira que me permito ler à Câmara, em resumo, fala largamente na estabilização da nossa moeda-papel, na actualização das receitas e redução das despesas, enfim, em todos aqueles pontos em que se baseia a declaração do Governo, e conclui pelo seguinte;

Leu.

Quere dizer, este relatório tem também o seu tanto de esquerdista ou pretende tê-lo de momento.

Na parte económica tem também o seguinte:

Leu.

Estabelecendo um plano de fomento a realizar no prazo máximo de 10 anos.

São as tais realizações imediatas. •

Criando um banco da República.

Leu.