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Diário das Sessões do Senado

País e de que se encontra nesta terra um modelo muito interessante 3 que tá pouco tempo eu fui visitar, ficando verdadeiramente encantado e maravilhado.

É claro que tudo aquilo diz be:n com a alma de João de Deus, cheia de pureza e de eacanto, com o espírito fervoroso e dedicado de seu filho.

Tudo aquilo é interessante e belo, representando uma obra duplamente simpática e patriótica pelo nom^ que evoca de JoEo de Deus e pelos magníficos resultados práticos que pode dar.

Demais eu sei que os processos de pedagogia têm-se transformado e a cada passo eu ouço que o método do João de Deus nSo corresponde já hoje àquolas exigências da sciência pedagógica. Mas seja como for, nós devemos acarinhar o que ó nosso. Sendo unu; obra inteiramente nacional, nós devemos, e quando digo nós digo o Estado, as instituições publicas, devemos acarinhar essa interessante i.iiciativa, ao menos pelo muito respeito que nos merece a momórií1, de João de Deus.

Era assim que eu estava habitua io a ver o Sr. Dr. João de Deus Eamos e, francamente, detesto vê-lo nessa lugar, porque está completamente deslocado.

Pelo que eu conheço da sua psicologia, dos seus sentimentos e ato da sua própria atitude, pois tem sido sempre republicano n^su» terra onde ninguém pareço ser alguém, o Sr. Dr. João do Deus liamos, pelo prestígio do seu none-, pilas tradições do nome glorioso do seu f ai, tinha qualidades para ser nesta República, IIE, generalidade de pigmeus, alguéi.:.

Nilo tem querido sê-lo.

Não conheço que S. Ex.a teaha usufruído largas benesses do Estado. E também um aspecto do seu carácter que eu muito aprecio.

Mas, francamente, S. Ex.a está muito deslocado aí. Se não estou em erro, já em tempos vi, através cãs notícias dos jornais, que S. Ex.a tinha ocupado uma cadeira ministerial, talvez u do Ministério da Instrução, mas a breve trecho saiu dela. .íigora sairá também sem deixar nack que corresponda ao seu valor, è sua grande actividade e às saas orilhantes faculdades de trabalho.

Folgo que a consideração — pcrque não foi ilocorto outro o motivo — levasse o

Sr. Presidente do Ministério a chamar S. Ex.a para seu colabí iador.

O apoio que o Sr. He?'culano'Galhardo, tanto na sessão de oríein como na de hoje, prometeu, ao Sr. José Domingues dos Santos foi tantas -vezes manifestado, tantas vezes proclamado e tantas vezes repetido quo tornou-se um apoio "de que1, já £.gora, se deve duvidar bastante e o Sr. Presidente do Ministério, no futuro, o dirá.

As considerações do Sr. Herculano Galhardo sugeriram-me a recordação de uma peça, cujo título eu não direi para não melindrar as susceptibilidades de S. Ex.a, onde o principal personagem era traduzido pelo nosso grande actor Chaby Pinheiro.

Era um indivíduo que tinha um grande amigo aqui em Lisboa a quem visitava a cadc, passo, mas, cada vez que o fazia, punha-lhe em revolução a casa. Tratava-o muito bem, era todo ternuras para o seu amigo e tanto que uma vez lhe propôs o seguinte negócio:

Havia uma grande trapalhada provocada pela guerra, que tem tido umas costas largas para carregar com tudo, e a confusão cambial era de tal ordem quo se dizia que os marcos haviam de subir e as libras de descer.

O tal indivíduo faz a seguinte proposta ao seu amigo :

« Eu tenho em meu poder muitos marcos e tu muitas libras.

Como as libras hão-de descer e os marcos hão-de subir, como verdadeiro amigo que sou, dou-te os meus marcos em troca das tuas libras.

Nisto, tu tens tudo a ganhar e eu tudo a perder».

Salvo o devido respeito, é. idêntica a tradução do apoio que o Sr. Herculano Galhardo oferece ao Sr. Presidente do Ministério.

Examinando a declaração ministerial, no seu activo e no seu passivo, dela ressalta apenas a poesia do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, aquela poesia que ó apanágio do Sr. João de Barros. pessoa que já há muito tempo se afirmou como poeta distinto.