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Sessão de 23 de Janeiro de 1925

todos os meios atender à enorme crise de trabalho, que o País atravessa, não se deve ir aumentar o número das pessoas, que não têm trabalho com os criados e enfermeiros de bordo.

E, para terminar, lembrarei que não me parece próprio para o médico fazer um certo número de serviços, que são atribuições do enfermeiro.

Tenho dito.

O Sr. Ramos da Costa: — Sr. Presidente: requeiro que entrem imediatamente em discussão, com dispensa das formalidades legais, os projectos n.os 808 e 809, que se referem ao cr.édito de 500 contos para a celebração do centenário de D. Vasco da Gama, e de 4:000 coutos para a conclusão do Manicómio Miguel Bombarda.

foi aprovado.

O Sr. Ferreira de Simas: — Sr. Presidente: pedi a palavra, estando presente o Sr. Ministro do Interior, para pedir a S. Ex.a os seus bons ofícios acerca da lei que por irrisão chamaram «seca».

Nalgumas terras da província ela está dando bons resultados, e quando começou a ser posta em execução logo no começo se viram as suas vantagens.

Infelizmente está sendo desrespeitada mesmo em Lisboa. Tabernas das mais imundas, mais próprias para chamar a si os indivíduos de mau carácter e até de maus costumes, essas tabernas continuam abertas até às 10 e 11 horas da noite.

Publicou-se um regulamento em que se determinava quo essas casas fechariam no verão as 10 horas da noite. Pois agora estamos no inverno e elas fecham a essa hora e mais tarde.

Algumas tabernas compram meia dúzia de laranjas, põem-nas à porta e intitulam-se casas de comidas e bebidas, onde afinal nessas casas só se pode beber porque as laranjas estão ali só para vista, não são para veeder.

Posso apontar casas infractoras: aTen-dinha do Rossio, e uma outra no Largo do Rato que estão abertas até as 11 horas e mais.

V. Ex.a, Sr. Ministro, que se interessa pelo bem-estar do operariado, olhe um bocadinho para esta lei que tam combatida foi — apenas A Batalha a defendeu, os

mais jornais todos a atacaram — até lhe chamaram lei idiota, .sendo afinal uma .lei modesta, que procura evitar o abuso das bebidas alcoólicas entre as classes menos ilustradas.

O alcoolismo no operário inutiliza-lhe as melhores energias.

Venho por isso pedir a S. Ex.a que se interesse por este facto, fazendo com que o governo civil e a Câmara não concedam licenças de porta aberta a casas, que não tenham as devidas condições, porque parece que aquela atmosfera pouco iluminada e suja perverte os indivíduos.

Aproveito também estar no uso da palavra para preguntar ao Sr/ -Ministro do Trabalho o que há acerca de uma consulta feita à comissão de explosivos, tratando da proibição da venda de clorato de potassa.

Por terem começado com as brincadeiras carnavalescas ouvem-se por vezes estrondos enormes, que assustam muito as pessoas que vão nos carros, como ainda ontem sucedeu na Rua Buenos Aires.

Essa comissão foi consultada acerca das restrições da venda de clorato de potássio; que dê bem depressa o seu parecer, porque não há razão de existir nas drogarias esse produto, que serve só para curar dores de garganta.

Tenho dito,

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e interino da Marinha

(José Domingues dos Santos): — Sr. Presidente: o ilustre Senador Sr. Ferreira de Simas falou mais uma vez acerca da lei seca.

A lei seca tia verdade é uma paixão do ilustre Senador, paixão que reputo inteiramente justa e moralizadora.

A lei é para mim simpática e quero-a fazer cumprir; mas a verdade é que não tenho um gendarme em cada bolso.

Dou as ordens; se não as cumprem tenho de procurar novos remédios.

Também tenho a minha paixão.

Desde que entrei para o Ministério, quis acabar com o jogo.

Apoiados.