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Sessão de 3 de Fevereiro de 1925

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Nenhuma má vontade me move contra os interessados. Nem sequer os conheço.

Não faço esta oposição pelo facto de serem meus adversários. Isso seria impróprio da minha dignidade. Trata-se de bons princípios e boas normas de administração que eu pretendo defender, e mais nada.

í Então quando haverá juízo neste país?

£ Quando se secará esta fonte de desperdício que é o erário público, que tem estado à mercê de todas as clientelas?

Não há possibilidade de emenda.

Sr. Presidente: unicamente falo como protesto contra o atropelo que sofre a moralidade administrativa, e em defesa do interesse nacional, quê não se compadece com tais sangrias, quando é certo que todos nós, os contribuintes, estamos cheios de encargos o impostos de toda a ordem, de tal forma que daqui a pouco nem podemos dar um passo na rua sem que o tenhamos de pagar. ^E para que tanto sacrifício?

Para a voragem, para 'o desperdício, para assim se poderem galardoar todos os inúmeros e grandes defensores da Re^ pública. -

Sr. Presidente : já há muito que é tempo de acabar com tal sistema de governação.

•Apenas pela significação dum protesto eu falo, como disse, .pois não me move, repito, nenhum sentimento contra as pessoas, quem quer que sejam, que s-e sacrificaram por um ideal ou por uma amizade, mas os princípios são estes, e o Senado, 'não querendo ouvir a voz do Sr. Ministro da Guerra a respoito do anterior projecto, e não querendo igualmente ouvir a do Sr. Ministro da Marinha, que,, estou convencido, se oporá também a este projecto, pratica, sem dúvida, uma má acção. >

Para que as minhas'palavras fiquem, em nome deste lado da Câmara, no respectivo Diário das Sessões, aqui as deixo, marcando assim a posição da minoria monárquica.

Tenho dito.

O Sr. Carlos Coçta: — Sr. Presidente: se não estou em erro têm aparecido aqui projectos de lei para reintegrar oficiais monárquicos que têm feito todo o mal possível à Eepública, sem que tenha ha-

vido tanta indignação daquele lado da Câmara, como agora, pelos prejuízos que o Tesouro .vai sofrer; não se trata de uma reintegração- mas apenas de reparar um acto de injustiça consequência de uma vingança que se vem exercendo contra este oficial que está reformado com a «importante» quantia de 20$50 por mês!

O Sr. Querubim Guimarães : —Sr. Presidente: &V. Ex.a podia-me dizer qual ó o projecto que está em discussão?

O Sr. Presidente: — É o n.° 658.

O Orador: — Bern, há engano com certeza. . .

O Sr. Presidente:—Não senhor. O projecto de lei que se discute tem o n.° 608. ',

O Orador:—Nesse caso, peço aV.Ex.s que me reserve a palavra para quando entrar em discussão o n.° 800, a que V. Ex.a se referiu.

O Sr. Silva Barreto: — Sr. Presidente: eu tinha formulado um requerimento pedindo que fosse 'ouvido o Sr. Ministro da Marinha sobre a conveniência de ser ou não votado este projecto de lei, por quanto, não vendo eu que ele vem acompanhado dos elementos suficientes a habilitarem-me á votá-lo, eatendi que o Senado não podia discuti-lo, não só por esse motivo, mas também porque ele vai de encontro à lei-travão.

Desejaria, portanto, que o Sr. Ministro da Marinha informasse o Senado sobre os motivos ponderosos que levaram S. Ex.a a considerar este projecto de lei como digno de aprovação, porque eu teria todo o prazer em dar mais uma vez o meu voto a um projecto de lei que fosse beneficiar um republicano que, porventura, tivesse prestado grandes serviços à República.