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Sessão de 4 de Fevereiro de 1925

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quem com toda a clareza e sinceridade os expõe,-como S. Ex.a o fez.

Entrando 'na parte política, e V. Ex.a sabe que a parte política está integrada neste caso e dele não só pode separar, eu devo dizer qual a razão por que há pouco lamentava o Sr. Ezequiel de Campos, por o ver fazer parte de um Governo tam retintamente político.

O Sr. Ministro da Guerra está a olhar para mini...

Uma das figuras deste Governo que me rnerec.em muita consideração é o Sr. Ministro da Guerra, porque eu considero muito as pessoas que foram sempre da mesma cor.

O Sr. Ministro da Guerra já no banco das escolas era republicano, e hoje é um republicano de valor.

Costumo" fazer sempre justiça a quem a merece; e por isso nenhum dúvida tenho em afirmar que S. Ex.a tem prestado altos serviços. Conheço-os, e se alguma vez tiver de apoiar o Sr. Ministro da Guerra, apoio-o.

Portanto, ponho-o fora destas considerações, que estou fazendo.

Mas voltando ao assunto. . .

Se eu lamento que V. Ex.^faça parte de um Governo tam retintamente político e com preocupações de fazer política muito estreita, é exactamente porque V. Ex.a, estava muito bem num Ministério que tivesse um carácter mais nacional, onde V. Ex.a seria muito melhor com-' preendido, e não lhe aconteceria o que lhe acontece agora, em que toda a gente" grita contra o seu projecto.

E porquê? Porque a falta de tato que caracteriza o Sr. Presidente do Ministério comprometeu tudo!

S. Ex.a pegou num tinteiro de tinta encarnada e deitou-o em cima da sua proposta. (jQuere isto dizer que eu esteja aqui de lança em riste contra o seu projecto ?

Não. Se há alguns pontos com que eu não estou de acordo, com outros concordo plenamente. V. Ex.a nalguns tem uma visão clara, exacta e muito ilustrada da questão. O que principalmente provocou más vontades contra a proposta de V. Ex.a foi a acção do seu chefe do Governo.

Ora aqui está porque eu lamento que V. Ex.a entrasse nesse Governo.

E que o seu Presidente do Ministério, monárquico retinto e ainda por cima conspirador, tem procurado dar uma feição bolchevista ao Governo, e V. Ex.a não o é. V. Ex.a é um estudioso!

É por isso, repito, que eu lamento que um homem como V. Ex.a, duma alta inteligência e sobretudo, o que eu muito admiro, duma grande sinceridade, que poucas vezes tenho visto excedida, esteja sob a presidência do Sr. Josó Domingues dos Santos.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Augusto de Vasconcelos:—Em boa hora insisti para que o Sr. Ministro da Agricultura viesse a esta Câmara. A esplêndida conferência, como lhe chamou o Sr. D. Tomás de Vilhena, uma pessoa, também, muito sincera, bem o demonstrou.

Eu tinha pedido a presença de S. Ex.a para unia cousa mínima, e S. Ex.a elevou-nos para os grandes problemas portugueses.

O meu dever impõe-me, -no emtanto, a obrigação de tratar esse assunto que, aliás, S. Ex.a tratou de passagem no seu discurso.

Queria referir-me a notícias que vieram nos jornais que S. Ex.a estava preparando um tabelamento de géneros para a resolução da crise da carestia da vida.

Como conheço muito bem S. Ex.a, porque já tive a honra de trabalhar com S. Ex.a numa emergência grave da vida portuguesa, que teve uma alta repercussão na vida internacional da Kepública, quando li essa notícia nos jornais fiquei certo que ela era falsa, porque não faria à alta inteligência de S. Ex.a a injúria de acreditar que iria resolver a carestia da vida pelo tabelamento dos géneros, „ sabendo-se que o tabelamento dos géneros dá lugar a desaparecimento deles no mercado e consequente aumento de preço.

Apenas n m país conseguiu tabelar os géneros : foi a Inglaterra.

Mas a Inglaterra conseguiu-o por um único processo, que foi tornar-se o Estado o único comprador e o único distribuidor dos géneros tabelados.