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Diário das Sessões ao Senado

da4 Agricultura se pensava em estudar esta situação horrível da carestia da vida. E o Sr. Ministro da Agricultura tendo feito, como disso, uma brilhante conferência, sobre este assunto pouco acentuou; no emtanto, houve uma frase de S. Ex.a, que eu conservei na memória e foi que— a carestia da vida só se resolve com trabalho e juízo.

As minhas faculdades de trabalho não são grandes, mas são'elas a única cousa de qne tenho vivido até hoje. Tenho sido um homem de trabalho. Por minguadas que sejam essas faculdades de trabalho, ainda as ofereço ao País. Juízo ó que não posso oferecer porque não tenho tido o bastante para mim.

Tenho sido tam desastrado em toda a minha vida que, tendo já estado no lugar que V. Ex.a, Sr. Ministro da Agricultura, ocupa e em condições ainda muito mais honrosas, saí de lá em circunstâncias muito diferentes daquelas a que S. Ex.a há pouco se referiu: «sair duma pasta para entrar numa posta».

Deixei essa pasta, mas não trouxe atrás nenhuma posta.

Saí da pasta da Agricultura e não entrei em empresa alguma.

Apoiados.

Sai dessa pasta e continuo na situação anterior.

O meu juízo tem sido tam pouco que nem foi o suficiente para conquistar autoridade e méritos como'o Sr. Ministro da Agricultura justamente conquistou, para poder dirigir altas empresas e para poder tirá-las da ruina e elevá-las a um estado florescente.

O Sr. Ministro da Agricultura (Ezeqniel de Campos):—Empresa municipal!

O Orador: — Quero seja municipal, quero seja particular, para mim é uma situação que V. Ex.a tinha conquistado pelos seus méritos, antes de ser Ministro.

Por consequência, não vá o Sr. Ministro da Agricultura supor que nas minhas palavras podia haver qualquer segundo sentido.

Quero apenas afirmar a S. Ex.a cjue não sou daquele'5 a que S. Ex.a aludiu.

Estou absolutamente convencido de cue

seria talvez uma frase pouco feliz e com quo certamente S. Ex.a não quereria atingir qualquer dos seus antecessores.

Tenho lido nos últimos dias várias locais nos jornais anunciando entrevistas do Sr. Ministro da Agricultura com diversos industriais de padaria, não sei se independentes se dependentes, e não sei também se com industriais da moagem, mas todas elas, ao que parece, com o objectivo de elevar o preço dó pão.

Suponho que não é este o momento apropriado para tal se fazer, por mo parecer que o pão tem já um preço elevado de mais.

Li uma entrevista com o Sr. Ministro da Agricultura em que S. Ex.a dizia — e já o afirmou hoje aqui — que, quando entrou para o seu Ministério, o preço do trigo era de 280 xelins por tonelada e que actualmente estão pedindo 333 xelins ou cousa semelhante.

Já há muito tempo que não tenho dedicado a minha atenção a este assunto, e se assim tenho procedido é por ser também um desiludido.

Em tempo e repetidas vezes tratei deste assunto no Senado perante todos os Ministros da Agricultura.

Todos tiveram a amabilidade de me dizer que eu fizera considerações que mereciam ser atendidas, mas o facto é que dessas minhas considerações nunca resultou qualquer benefício para o Estado.

Todavia, o assunto começa a ter novamente uma fase aguda.

Entendi, por isso, que cometeria uma deslealdade para com a nação que represento se não voltasse a estudá-lo, o do estudo que fiz cheguei à convicção de que as condições actuais são piores do que aquelas que eu em tempo descrevi.

Conheço uma portaria assinada pelo Sr. Ministro da Agricultura quo estabelece o preço co pão, das farinhas, etc., na qual se determina que certa comissão reveja os preços dos trigos, trimestralmente, se não estou em erro, e onde se põom em equação diversas quantias para o preço cfo trigo na origem e uma taxa normal de moagem.