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/Sessão de 4 de fevereiro de l'J

rern paciência, farei também algumas considerações a propósito da brilhante conferência quo o Sr. Ministro da Agricultura acaba ds fazer nesta casa do Parlamento.

O podido que queria dirigir ao Sr. Ministro da Agricultura o que ainda faço ó este: já há bastante tempo que rcqueri pelo Ministério da Agricultura me fosse enviada cópia do processo de uma sindicância, ordenada pelo Ministro a um funcionário desse Ministério após uma interpelação quo aqui realizei.

Tive notícia de que essa sindicância se tinha compleíado e de que esse funcionário tinha sido por completo ilibado das acusações que lhe fiz.

Não tenho, Sr. Presidente, senão o maior dos prazeres em que tal fosse o resultado da sindicância. Mas, justamente porque essa sindicância foi feita, não a meu pedido, mas por virtude tle acusações feitas por mim, não poderia deixar, por consideração para com o Senado, de querer ter o íntimo conhecimento da forma como decorreu essa sindicância.

Conheço apenas o seguinte: é quo, pouco tempo depois de nomeado o sindicante, recebi um ofício dizendo para eu precisar bem as minhas acusações; e eu, querendo ser leal, limitei-me a enviar a S. Ex.a o Diário das Sessões desta Câmara, em que vêm as minhas palavras sem que eu as tivesse revisto, por consequência, com toda aquela incorrecção própria dum discurso de momento; mas não quis que ninguém pudesse dizer qne eu ao rever quaisquer provas tivesse alterado as minhas ideas -ou as minhas afirmações.

Na carta que acompanhava esse número do Diário das Sessões terminava eu dizendo ao Sr. sindicante que me limitava" a fazer essa remessa do meu discurso, mas que esperava dar as explicações ou esclarecimentos de que S. Ex.a entendesse precisar quando fôss.e para isso chamado. Nunca para tal fui chamado.

Ora, Sr. Presidente, sabendo o Senado que houve completa ilibação da pessoa que havia sido acusada, naturalmente tem sobre mim a suspeita de que fui um im-

prudente, ou talvez mesmo mais, que fui um mau. Imprudente, suponho que não o fui. Mau, com certeza o não íui.

Apoiados,

Ou, pelo menos, não o quis ser.

Mas vejo-me em todo o caso nesta situação moral : fiz acusações sobre as quais se passou uma esponja.

Ora eu tenho força moral 'suficiente para logo qne conheça o relatório do sindicante e o estude, para vir aqui dizer em plena sala do Parlamento, onidc falei, quo errei, que fui imprudente.

Quero ter "essa hombridade, quero tomar essa situação.

Por isso vô Y. Ex.a, Sr. Presidenío, que tenho o maior interesse em que me seja remetida cópia desse processo. Compreende V. • Ex.a que há nesto meu pedido uma base moral.

Y. Ex.a é uma individualidade moral e vai com certeza ordenar que com a maior brevidade me seja enviado esse documento.

Outro assunto que desejava tratar em presença do Sr. Ministro da Agricultura já foi tocado por S. Ex.a no seu discurso o pelo Sr. Augusto de Yasconcelos.

Sr. Presidente: tive também verdadeiros arrepios quando vi a notícia de que se ia nomear uma comissão destinada & regular os preços de certos géneros alimentícios. Achava que isso seria um horror, que não estava à altura da envergadura dum Ministro como é S. Ex.a

S. Ex.a poderá talvez dizer que eu tinha obrigação de não acreditar.

Confesso que não acreditei, ou, pelo menos, não acreditava que tal só fizesse com a vontade de S. Ex.1"

Poderia fazê-lo, mas apenas por causas ou circunstâncias de força maior.

Folgo, por consequência, não com a declaração, mas pelo que deu a entender o Sr. Ministro da Agricultura, de que tal se não fora, isto é, que se não tabelarão os géneros alimentícios.

Se tal suceder, S. Ex.a merece os elogios duma pessoa tam modesta que se julga em condições de não poder elogiar ninguém e muito menos o Sr. Ministro da Agricultura.