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Sessão de 4 de fevereiro de 1925

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Também nos diplomas referendados pelo Sr. Ministro da Agricultura existe essa falta.

Não sei a que atribuir tal falta, se a um descuido que se vai transmitindo de diploma a diploma, se a uma intenção ou, emfim, se a um propósito.

A um propósito não me parece porque o assunto não se me afigura de tal forma insolúvel que se não possa determinar quais as taxas em questão.

É apenas um X quo facilmente se resolve na equação.

Mas tendo eu estudado o assunto, verifiquei que para a hipótese do trigo a 280 xelins a tonelada o preço de cada quilograma de trigo seria de 1$40, mais ou menos. <_>

Se é esse o preço sobre que foram calculados os preços da farinha, do pão, etc....

• O Sr. Ministro da Agricultura (Ezequiel de Campos)-—Não é esse o preço. Foi estalecido o preço de 1$40, mas com as •despesas e o diferencial o preço de base de cálculo foi de 1$60 para o quilograma de trigo exótico.

O Orador: —Por consequência mais $20 em quilograma.

Sendo assim, acredito que já devem ter entrado nos cofres do tesouro muitos milhares de contos.

Quando o Sr. Ministro da Agricultura tomou conta da sua pasta, a moagem devia ao Estado cerca de 8:000 a 10:000 contos.

Não sei se esses 8:000 a 10:000 contos já teriam entrado nas burras do Estado.

Sendo, segundo os meus cálculos, de $20 o lucro do Estado em cada quilograma de trigo exótico, para uma importação, que está autorizada de 60:000 toneladas, esses lucros devem elevar-se a 12:000 contos.

Quere dizer: são 12:000 contos que num período de 5 meses nós temos a esperança de que hão-de ser pagos pela moagem.

Estou convencido de que não há-de ser muito inferior a 12:000 contos, o que a moagem deve, além dos 8:000 contos, desde que o diferencial seja esse.

Segundo os meus cálculos, para um preço de 1$40, encontrava -uma taxa de

panificação de 44$20, ou seja de $42 por quilograma.

Mas se eu corrigir os meus cálculos subtraindo os $20, ficará uma taxa de moagem de $22 por quilograma.

Entendo que é uma taxa exagerada, no emtanto já não tem'aquele aspecto que eu lhe atribuía há pouco.

Simplesmente devo manifestar ao Sr. Ministro da Agricultura os inconvenientes que acho em se estar a sobrecarregar o consumidor com o preço do pão, para se receber uma sobretaxa que difícil, se não impossivelmente, entrará nos cofres públicos.

Começo agora a compreender: o tal diferencial, os tais 12:000 contos, devem agora naturalmente reverter em benefício do público, e só pode assim acontecer, desde que V. Ex.a não permita o aumento do preço do pão.

Evidentemente que V. Ex.a foi, é e será assediado para que se aumente o preço do pão e das farinhas; entendo porém que V. Ex.a não deve resolver o assunto, sem o máximo cuidado e estudo.

Estou absolutamente convencido de que é assim que o Sr. Ministro procederá.

Sr. Presidente: no seu brilhante discurso, o Sr. Ministro da Agricultura disse que era difícil a resolução do problema do trigo, do gado, etc., acrescentando que o problema do trigo nem sequer tem sido posto pelos agrónomos, conforme opinião dalguns.

S. Ex.a disse G[ue tal não se dava, e eu disse «apoiado».

Efectivamente, não se pode fazer uma acusação dessas à agronomia nacional.

O problema do trigo tem sido posto, tratado com carinho e com competência pela agronomia nacional; o problema do trigo e todos os problemas económicos e agrícolas.

Não se vá esquecer que à agronomia, oficial e particular se deve ter-se saído daquela horrível crise proveniente das nossas vinhas devastadas pela filoxera.

Foram os diplomados pelas duas escolas agrícolas que, trabalhando com os lavradores, lutaram com esse terrível flagelo, de tal forma, que depois disso temos uma plectora de produção.