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Sessão de 4 de Fevereiro de 1925

dos salários na província do Minho, feita por D. Afonso III. São quási sete páginas compactas em que se faz almotaçaria de todas as cousas, em latim.

Desde então tem-se recorrido muitas vezes ao tabelamento.

Não é maneira de se resolver o problema; a solução é produzir mais.

Muitos apoiados.

Não querem resolver assim o problema, porque custa fadigas e exige tino; mas hão-de gastar anos, décadas, séculos sem o resolver. Pois não serei eu .quem fará mais uma tabela de preços.

Disse ao Governo, para chamar a atenção de todos que se interessem pela vida de Portugal, que os problemas não podem ser resolvidos pelas formas até agora tentadas.

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Eu não faço questão nenhuma das minhas ideas, nem da minha proposta: só quero que me deixem governar na orientação bem clamada por mim até agora.

Só faço questão de uma cousa: é que tenho muitíssimo que fazer, e não posso perder o meu tempo com discussões estéreis e debaixo de censuras e preguntas constantes.

Posso perfeitamente governar sem a minha proposta de lei;' mas melhor governaria com ela.

Consta de três partes ... Mas, Sr. Presidente, não sei se já terminou o tempo da antes da ordem do dia.

Vozes: — Fale, fale.

O Sr. Presidente:—Hoje não ha ordem do dia, porque, infelizmente, o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros não pode comparecer, e portanto, por uma disposição regimental, eu posso empregar o tempo nos trabalhos que julgar convenientes.

O Orador:—Muito obrigado. Assim V. Ex.as ouvem-me por uma vez.

Vozes:—^ntão V. Ex.a não quere voltar ao Senado?

O Orador >—A minha proposta de lei, como disse, tende a encaminhar a solução dos problemas agrícolas e agrários.

Abrange três assuntos relacionados: o primeiro a povoação de terras actualmente ermas e mal cultivadas; o segundo a rega dos campos; o terceiro a reforma agrícola.

A povoação das terras ermas, é necessária como modo fácil de fixar no País uma parte da gente que iria à emigração, e ao mesmo tempo como processo de aumentar a nossa produção agrícola e industrial.

Portugal vem a resolver desde a ida a Ceuta, a sua penúria de produção pela exportação de gente.

Não foi capaz de aprender a cultivar o Alentejo e todas as terras de verão árido.

Os processos da guerra com o sarraceno, e os lucros respectivos, mais o comércio do Oriente pelo Atlântico, levaram--nos às descobertas e conquistas, sem antes termos feito o povoamento e a cultora regular do sul.

As riquezas do Oriente, depois o ouro e os diamantes do Brasil, por fim os bens nacionais em alinoeda e os empréstimos do estrangeiro, orientaram-nos para a política do transporte, dispensaram-nos sempre do trabalho industrioso, e mantiveram por séculos Portugal como um viveiro de gente ao norte do Tejo, e terra de grande propriedade no Alentejo, onde perdura o arranjo agrário dos tempos da submissão do norte-africano, em que as ordens militares, os nobres, o clero e os conventos talhavam à larga grandes domínios na vastidão semi-deserta e inculta.— Só no contorno das vilas e cidades ha a propriedade pequena, quando não minúscula.

Independente o Brasil, o terremoto de Mousinho de Silveira não modificou a situação agrária. Nós, sempre mal adaptados ao país ibérico, fomos ampliando a emigração da metade ao norte do Tejo, à medida que devorávamos os bens nacionais e esbanjávamos os empréstimos e os impostos.

A emigração cresceu sobretudo depois da crise de 1892 até 1912, em que a sangria foi tam grande que reduziu notavelmente a população de Trás-os-Montes e de quási todas asv Beiras.