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Diário das Sessões do Senado

cão e tenacidade e confirma perfeitamente que a.nossa solução do problema da carne também não é fácil.

Havia uma maneira de resolver os problemas agrícola e pecuário que era estabelecer formas e práticas obrigatórias; mas se me atrevesse a apresentar unia proposta nestas condições, era com certeza corrido daqui por uma moção de desconfiança, ou, pelo menos, tal proposta levaria dias e dias a discutir, .. para não estar votada quando deixasse de ser Ministro.

Não vai nisto a mais leve censura para V. Ex.a, mas tendo sido Deputado durante três anos e sendo aprcsentante de vários projectos de lei, só logrei ver aprovado um que se destinava à venda dum passal para com o produto se construir uma escola, que afinal se nào fez, não se sabendo do dinheiro.

Não vai uas minhas palavras a mínima censura para V. Ex.;is Vai apenas a constatação de factos.

Eu sou homem de números e de factos.

O problema do pão, o problema da carne são muito difíceis do resolver, «porque não os queremos resolver».

Todos os problemas da nossa produção exigem primeiro a capacidade do uma elite orientadora, a trabalhar em conjunto, e não apenas em indivíduos aparte com as suas ideas engarrafadas.

Para todas as cousas é necessária a solução suficiente.

Um almoço não pode ser de l grama de carce. Morre-se.

Na governação de um povo é a mesma cousa: as soluções precisam de ser suficientes na complexidade dcs problemas.

Depois seria necessário que os planos fossem adoptados por homens de governação, e em último lugar quo ês&es homens da governação fossem capazes de, continuamente, persistentemente, resolver os problemas nas soluções adequadas, modificando-as à medida que as circunstâncias inerentes às condições, de vida mudassem.

Quero eu dizer que a solução do problema da carestia da vida é fácil desde que o queiram resolver; mas difícil ou insolúvel porque ninguém o quere resolver senão por artifícios.

Há problemas -que eu tenho trabalhado na minha já semi-secular existência, vejo

que eles só são difíceis porque nós não os queremos conhecer, nem solucionar.

Os problemas portugueses na parte industrial e na parte agrícola são fáceis de resolver desde que o queiramos, e são tanto mais fáceis quanto é certo que nós podemos achar a sua solução vagarosamente, tirando à parcela de emigração e do movimento transiiniante da população portuguesa a cota correspondente para a valorização dos nossos recursos naturais, a começar pelo solo.

Quero eu dizer que não estamos num es"ado crítico, mas numa situação dos-leix.ada, inconsciente, que não ternos mudado ; mas que se a quisermos mudar, di ntro de pouco tempo, talvez trôs anos, nós teremos resolvido a parte mais fundamental do nosso problema industrial e do nosso problema agrícola.

A maior parte destes problemas estão postos em equação com a solução ao lado.

Por exemplo: nós que gastamos durante o ano muitas centenas de milhares cie contos, mal gastos numa superabundância militar e burocrática, se destinássemos uma pequena parte a caucionar esses empreendimentos tínhamos realizado depressa o desafogo da nossa situação.

Nós que tivemos o «pão político» durante tanto tempo, ora para a lavoura e a moagem, ora para toda a gente, se ti-déssemos destinado uma parte do dinheiro quo Gle custou ao fundo agrícola, mas não ao fomento agrícola que por aí se apregoa, mas não para manter o aumentar as oligarquias, que nos têm explorado, mas rum fomento agrícola consciente, mctodi-7.ido, nós teríamos já resolvido" o nosso problema das subsiíitôncias.

Mas não. Preferimos esperar do milagre e do expediente a solução de problemas que são no fundo de saber, de iniciativa e do tenacidade, e que encerram uma essencial ques:ão agrária posta na política portuguesa desde antes de D. Fernando. Assim, nunca o problema será resolvido.' Mas dêem-me quatro meses do governo, que eu começarei a encaminhar a solução do problema agrícola, ainda cue desprezem de todo a minha proposta de organização rural.

Preguntam-me se eu vou tabelar os preços das cousas.